"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A arte fenícia

Não há uma arte fenícia propriamente dita, mas existem múltiplas obras fabricadas nos portos do Oriente e espalhadas pelo mundo mediterrâneo. Com muita frequência, os artesãos adaptam suas técnicas aos gostos de seus compradores e combinam diferentes influências estéticas. Utilizam motivos à moda egípcia, como o ankh (sinal que representa vida), o uraeus (serpente real) e a esfinge. A influência mesopotâmica encontra-se na representação do deus Baal Hamon e Melqart. O mundo grego fornece aos fenícios os heróis e sua mitologia, como Héracles. Contudo, essa arte cosmopolita não se contenta em plagiar a dos outros povos. Pelo domínio de sua execução, seja com pedra, metal ou marfim, os artistas fenícios produziram obras originais. As numerosas joias encontradas em todo o entorno da bacia mediterrânea testemunham sua habilidade no trabalho do ouro em filigrana ou em granulação. Os fenícios são os grandes especialistas dos objetos de vidro, vasos decorados de faixas coloridas em ziguezague ou pérolas de massa de vidro. Os rostos apresentados aqui mostram realmente as numerosas influências exercidas sobre os artistas fenícios.

SALLES, Catherine. Larousse das civilizações antigas: dos faraós à fundação de Roma. São Paulo: Larousse, 2008. p. 104-105.

Galeria de imagens:

Máscara cartaginesa. Cartago, norte da África.

Estátua adornada da deusa Tanit, necrópole de Puig des Molins (século V a.C.), Ibiza, Espanha. O desenho dos olhos e do cabelo atado dessa mulher (deusa) traduz uma influência oriental. O nariz particularmente proeminente é de inspiração local. 

Cabeça de homem barbado, vidro, séculos IV-III a.C. Necrópole de Cartago. 

Detalhe de sarcófago em estilo grego. Cemitério de Antarados, norte do Líbano, 480-450 a.C.

Estatueta de bronze, Biblos.

Dama de Galera. Figura fenícia que provavelmente representa uma divindade oriental, a deusa Astarte. Século VII a.C.

Colar de ouro e contas de cornalina. 
Arte cipriota com inspiração micênica. Ca. 1400-1200 a.C. 
Foto: Jastrow

Máscara de terracota. Os cartagineses colocam junto dos mortos essas máscaras pintadas de vermelho. A boca deformada, os lóbulos das orelhas distendidos e as rugas entalhadas no rosto devem afastar as forças do mal. Cartago (Tunísia, século VII-VI a.C.)

Placa votiva: dedicada por um homem que sofre de dor nos olhos e um pé deformado. Artista desconhecido. Período romano. 
Foto: Jastrow

Cerâmicas púnicas. 
Foto: Sémhur

Nenhum comentário:

Postar um comentário