"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

Colapso

“Aqueles que não conseguem se lembrar do passado estão condenados a repeti-lo.” 
George Santayana, filósofo



O biogeógrafo norte-americano Jared Diamond, na instigante obra “Colapso”, nos alertou sobre como as civilizações morrem. O que assistimos, hoje, em todo o globo, são mais do que sinais de esgotamento do curso civilizatório. Há um colapso dos poderes políticos, incapazes de solucionar os gravíssimos problemas oriundos de um sistema econômico voraz, que tudo transforma em lucro, gerando as maiores desigualdades sociais de todos os tempos históricos, haja vista a péssima distribuição de renda e a destruição avassaladora dos já escassos recursos naturais em nível planetário. Como conseqüências “irreversíveis” temos o efeito estufa, o aquecimento global, o derretimento das calotas polares, as chuvas ácidas... Nesse cenário apocalíptico está imersa a Civilização Global, civilização que, após 6 milênios de avanços e recuos, encontra-se a beira de um  colapso.

A incompreensão do outro, os fanatismos político-religiosos, as intolerâncias de todas as matizes, os preconceitos infundados, as mazelas seculares, a explosão demográfica desenfreada e tantos outros fatores contribuem, significativamente, para uma espécie de “déjà vu” nas mentes. O mundo tornou-se uma aldeia global, lugar onde o verbo “ter” é conjugado de forma leviana. O “ser” não importa. É a estupidez em seu estágio agonizante.


Como na mitologia grega, a caixa de Pandora foi aberta. Da caixa eclode tudo o que nos assola e nos apavora. Seria o Armagedon? Sobreviveremos a essa catástrofe anunciada? Os problemas são de ordem global. Portanto, as soluções, devem ser mundiais. Caso contrário... legado de cinzas.

© 2015 by Orides Maurer Jr.

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