"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

terça-feira, 30 de setembro de 2014

O cotidiano nas pinturas de John George Brown

Esportes de inverno na sarjeta, John George Brown

Limpeza de peixe, John George Brown

Vivendo no passado, John George Brown

Achados e perdidos, John George Brown

Rua Galanteio, John George Brown

Simpatia, John George Brown

O trânsito de Vênus, John George Brown

Puxe para a costa, John George Brown

Apenas para fora, John George Brown

Clientes difíceis, John George Brown

Tudo bem, John George Brown


Pescaria, John George Brown

O dueto, John George Brown

Cruzando o fluxo, John George Brown

Brilhe, senhor, John George Brown

Menino de rua, John George Brown

Piquenique na floresta, John George Brown

"Tête à Tetê", John George Brown

O valentão da vizinhança, John George Brown

Três por cinco, John George Brown

O moinho de cidra, John George Brown

Esperando por uma mordida, Central Park, John George Brown

Blackberry picking, John George Brown

O menino violinista, John George Brown

Um estivador, John George Brown

sábado, 27 de setembro de 2014

Anticolonialismo na África

A revolta do Cairo, Anne-Louis Girodet de Roussy-Trioson

A insatisfação diante do estrangeiro se fazia sentir em vários níveis e em diferentes modalidades, desde revoltas sociais, movimentos religiosos, até a organização de partidos e sindicatos que pudessem representar o anseio das populações coloniais.

O preço do domínio colonial foi ter que conviver todo o tempo num clima de tensão latente, e as revoltas ocorriam por diferentes motivos. Houve levantes contra a fixação de impostos nas comunidades de aldeia dos povos Mendes, em Serra Leoa (1889), dos povos acholis, em Uganda (1911), dos povos holis, no Daomé (1914, 1920); contra a requisição de mão de obra e a prestação de trabalho forçado nas comunidades dos povos majanga, no Congo (1893-1894) e em toda a região do rio Zambeze. Mas esses eram movimentos localizados, expressavam insatisfação mas não punham em causa o funcionamento global do sistema de exploração.

Muitas vezes, as manifestações religiosas canalizaram a insatisfação coletiva a se tornaram veículos privilegiados de resistência social. Não dispondo de quadros políticos ou ideológicos para conceitualizar e criticar a colonização, os africanos valeram-se do discurso de cunho religioso para demonstrar sua inconformidade e materializar formas concretas de contestação.

Os mais freqüentes foram os movimentos messiânicos de matriz muçulmana e de matriz cristã.

Nas áreas de influência muçulmana da África Ocidental, um foco importante de contestação na fase inicial da colonização proveio da confraria dos múridas que, sob a liderança de marabus, questionaram a presença francesa já no fim do século XIX. Movimentos similares ocorreram na Mauritânia e na Somália.

Os feiticeiros e sacerdotisas, os fazedores de chuva e xamãs das religiões tradicionais canalizavam a angústia dos conterrâneos provocada pela presença estrangeira, e em alguns casos deram origem a formas de contestação muito radicais. Como o movimento denominado Mumbo, que se desenvolveu no Quênia a partir de 1913. Baseava-se na crença difundida pelos feiticeiros locais de que uma grande serpente teria anunciado o fim próximo dos brancos.

Outro foco de contestação tinha origem no discurso cristão, tal qual o cristianismo tinha se desenvolvido na África. Não um cristianismo alimentado pelos preceitos filosóficos, doutrinais e litúrgicos europeus, mas uma crença superficial que se fundiu com antigas tradições das religiões ancestrais africanas para dar origem a formas marcadas por um profundo sentido messiânico.

Entre os movimentos religiosos de cristianismo negro-africano, nenhum provocou tal impacto quanto o kimbanguismo. Ele teve origem no Congo Belga, inspirado nas pregações de um profeta negro chamado Simão Kimbangu (1887-1951), a quem se atribuía a capacidade de realizar milagres e anunciar o futuro. O termo kimbangu significa justamente “aquele que revela o sentido das coisas ocultas”.

Kimbangu anunciava aos “irmãos negros” uma nova aliança com Deus, mesclando aos ensinamentos bíblicos elementos dos cultos de possessão em honra aos antepassados, e elementos mágicos. A prisão, condenação e deportação do líder em 1921 e a perseguição e prisão de cerca de 37 mil adeptos apenas fizeram crescer a aura do martírio e fortalecer o caráter salvacionista do movimento que, de resto, se mantinha forte no início da década de 1950. A Igreja kimbanguista continua a ter milhares de adeptos na República Democrática do Congo e em Angola, na Europa e nos Estados Unidos.

Tudo indica que o impacto provocado pelas duas guerras mundiais não foi pequeno para os africanos, que dela participaram, na África e em outras frentes de combate. Nos domínios franceses, soldados africanos passaram a ser recrutados de modo sistemático para servir ao exército desde a Primeira Guerra Mundial. Eles participaram dos conflitos travados dentro do próprio continente (nos Camarões, Togo e na África Oriental, em conflito contra os exércitos recrutados pelos alemães), mas também foram deslocados para a Europa, onde atuaram não só como atiradores, mas também como parte da mão de obra necessária para a logística, como carregadores e reparadores de armas e munições.

Nas duas guerras mundiais, foram mobilizados mais de 250 mil homens nas colônias francesas, e 146 mil na África Ocidental britânica. Parte desses efetivos foi enviada na Segunda Guerra Mundial para lutar em territórios conflagrados na Ásia, experiência que viria a se repetir, décadas depois, nos domínios franceses, durante a Guerra da Indochina.

As guerras promovidas pelos Estados europeus provocaram uma mudança profunda no comportamento dos africanos. Elas alteraram a imagem do branco que até então, valendo-se da força armada e da manipulação ideológica, tinha construído uma imagem de superioridade racial e de um ser intocável. A convocação dos africanos para integrar os exércitos europeus, mesmo que na condição de auxiliares, pôs em causa uma regra que até então tinha sido mantida, pois aos negros foi autorizado atirar e matar os brancos. Além disso, ao conviverem com os brancos no front, os negros descobriram suas fraquezas, seus defeitos, enfim, reconheceram sua humanidade: que eram homens como quaisquer outros. Ao regressarem às suas terras, levaram consigo essas experiências e contribuíram para a organização da luta anticolonial.

Dentro da Europa, movimentos político-sociais de esquerda, sobretudo o movimento comunista, incluíam em sua bandeira de luta pontos específicos contrários ao imperialismo e ao colonialismo. Para os africanos que tomaram contato com tais movimentos, uma das maiores dificuldades era a inexistência na África de um contingente expressivo de proletários, de operários, a quem na ideologia marxista estaria reservado lugar proeminente na luta política e na preparação de uma revolução. Faltava também ali um movimento camponês com alguma estruturação que permitisse aos líderes a organização de um movimento de libertação do tipo promovido pelo líder chinês Mao Tse-tung nos anos 1930-1940.

Ainda assim, não foram poucos os estudantes e intelectuais africanos que ingressaram nos partidos de esquerda e começaram a se posicionar, dentro da própria Europa, nos movimentos de contestação aos regimes associados ao imperialismo e ao colonialismo.

A invasão da Etiópia pelos italianos a serviço do regime fascista de Benito Mussolini, em 1935, foi severamente condenada por organizações integradas por africanos. Não obstante, a ocupação durou até 194, quando as forças fascistas começaram a sofrer derrotas dentro e fora da Europa.

Esse acontecimento constitui um divisor de águas na história da consciência africana. A Etiópia era o mais antigo Estado formado no interior do continente, o único que conseguira até então manter sua independência e ser reconhecido no círculo das grandes nações. Era um símbolo positivo, uma espécie de bastião da soberania africana. Em várias partes da Europa e na América, as elites negras mobilizaram-se e organizaram uma vasta campanha de protesto contra a Itália e um boicote aos produtos italianos. Em toda parte aumentaram as pressões sobre os impérios coloniais e seus agentes.

A crise etíope revelou a dimensão da impunidade, a arrogância dos brancos e o tratamento desigual reservado aos negros pelos representantes de instituições internacionais, como a Liga das Nações – que pouco fez para impedir a ocupação daquele país soberano. Por outro lado, contribuiu para a conscientização política de membros das elites coloniais, que passaram a tomar parte mais ativa nas formas de contestação ao colonialismo.

A emergência dessa consciência africana deve muito a movimentos intelectuais nascidos na América do Norte e na América Central, dos escritos de intelectuais da diáspora negra. Desde os anos 1920, as obras do jamaicano Marcus Harvey (1887-1940) alimentavam o mito do regresso à Mãe-África pelos afrodescendentes, integrando-se numa perspectiva de valorização da “raça negra”. Maior impacto teriam as ideias do escritor norte-americano William Edward Burghart Du Bois (1868-1963), que defendia a igualdade das raças e a coesão e união dos povos negros espalhados pelos vários continentes, no combate às desigualdades raciais e aos abusos do colonialismo. Foi assim que, em 1919, realizava-se em Paris o primeiro Congresso Pan-Africano, ponto de partida do movimento conhecido como pan-africanismo.

O pan-africanismo ganhou importantes adeptos nas elites negras espalhadas na América do Norte e na Europa e teve grande influência num movimento que viria a ter papel significativo no contexto das independências africanas: o movimento da negritude, nascido em 1939. Este resultou do conjunto de ideias de valorização da cultura negra e da profunda crítica ao colonialismo, em obras de autores como o haitiano Jean-Price Mars, o antilhano Franz Fanon, o martinicano Aimeé Cesaire e o senegalês Leopold Sedar Senghor (1906-2001) – que viria a ser algumas mais tarde o primeiro presidente do Senegal.

Tais ideias circulavam em diferentes jornais e revistas que tiveram por objetivo congregar as populações de africanos e afrodescendentes, como L’Étudiant Noir, L’Action coloniale e Le libere, na França; Negro World, New Times and Ethiopia News, The Crusader, na Inglaterra; O Negro ou O Correio da África, em Portugal. Papel de primeiro plano seria reservado à revista Presence Africaine, fundada em Paris no ano de 1947 pelo filósofo senegalês Alioune Diop. Ela se distinguiria nos anos 1950-1960 como canal de difusão da história e da filosofia africana, da negritude e do pan-africanismo na Europa.


MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto, 2013. p. 154-158.

NOTA: O texto "Anticolonialismo na África" não representa, necessariamente, o pensamento deste blog. Foi publicado com o objetivo de refletirmos sobre a construção do conhecimento histórico.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A política de "tolerância zero": a dureza impiedosa

Texto 1
As coisas começaram assim: primeiro foram os deficientes mentais, depois os mendigos, comunistas, judeus, ciganos... e terminaram com o horror, com o extermínio de milhões de pessoas. O objetivo era de limpar a nação dos párias, dos improdutivos, dos oposicionistas e construir um povo superior, etnicamente puro, bonito, inteligente, trabalhador e que governaria o mundo por mil anos. [...]

O tempo passou, o monstro aparentemente foi morto, mas o seu espírito sobreviveu. Nos tempos modernos, a "dureza impiedosa" passou a chamar-se "tolerância zero" (tolerance zero), versão moderna da mesma política adaptada à cidade de Nova York pelo prefeito Rodolph Giuliani, que, ampliando o espectro do totalitarismo, incluiu os vendedores de cachorro-quente e pipoca, os artistas de parques e os pedestres infratores de trânsito. E, por ser tão importante, a cidade passou a ser referência para vários lugares do mundo, alguns discretos como a nossa pequena Florianópolis, a sua Praça 15 e suas ruas do centro. Da praça foram-se os artesãos, os punks, os hippies, os pobres, as prostitutas do caramanchão, os músicos populares, os religiosos, as ciganas que liam as mãos e os que protestavam contra essa política. Alguns sumiram, ninguém sabe dos seus paradeiros. Nada informam. Reina, agora, o medo.

Os que hoje sentem vergonha da "dureza impiedosa" lamentam não ter feito nada contra tudo aquilo quando ainda havia tempo. E hoje os que se calam e aceitam a "tolerância zero" com certeza amanhã farão o mesmo. (PAVESE, Júlio. A dureza impiedosa. Caros Amigos.)

Diálogo entre neonazistas e antifascistas, Bélgica. 
Foto: Dereckson

Texto 2
[...] Nos anos 90, a ocorrência de mudanças profundas na estrutura e composição do capital produtivo, a abertura da economia, as privatizações e a política de juros altos têm gerado a dispensa em massa de trabalhadores.

O desemprego, a precarização das condições de trabalho, a expansão do trabalho informal atingem a cifra de milhões de trabalhadores. Muitos encontram respostas simplistas para problemas complexos como estes, e enxergam em alguns grupos sociais a responsabilidade pela situação vigente. Identificar a culpa em negros, nordestinos, homossexuais, judeus, entre outros, é como achar que o Sol gira em torno da Terra, a partir de uma constatação superficial, além de carregada de preconceitos.

A gravidade é tão grande que, muita gente, das mais variadas condições sociais, defende ideias desse tipo, mesmo sem usar coturno, suspensório, calça camuflada. Não andam por aí de taco de beisebol na mão, nem tampouco de cabeça raspada. Mas se aproximam, no campo das ideias, dos princípios racistas e xenófobos que estes grupos professam e praticam. [...]

Vivemos um inconsciente coletivo, onde parcelas da sociedade não refletem sobre o que defendem, mas reproduzem com energia palavras e ideias desprovidas de conteúdo, validade científica e comprovadamente reprovadas pela história humana, como solução aos problemas contemporâneos.

[...]

No mundo, por vezes, vence a ilusão da hipocrisia. Tão importante quanto agir com rigor, no caso da condenação  pública destas pessoas, que se julgam os parâmetros do bom comportamento, é necessário estancar o crescimento, no seio da sociedade, de ideais desta natureza. A cumplicidade é tão ou mais violenta que a própria ação destes grupos. [...] (ALVES, Ricardo. Os carecas do ABC e do mundo. Correio da Cidadania.)

domingo, 21 de setembro de 2014

Avanços da tecnologia no Mundo Clássico (500 a.C. - 600 d.C.)

A era clássica assistiu a grandes mudanças da sociedade humana. No mundo inteiro, a população cresceu, a produção de alimentos se intensificou e os Estados ficaram ainda mais complexos, com estruturas sociais e políticas cada vez mais sofisticadas. Desenvolveram-se talentos especializados nas artes e no artesanato, na arquitetura e na poesia; forçaram-se os limites do conhecimento na astronomia, na matemática e na engenharia. Nas civilizações mais desenvolvidas, houve avanços tecnológicos importantíssimos. Descobriram-se o ferro fundido e o aço; o poder do vento e da água foi utilizado; a equitação e a arte da guerra foram revolucionadas com a invenção do estribo por volta de 300 a.C. A chegada do leme e da bússola transformou as viagens marítimas.

- Metalurgia. Na era clássica, o ferro se tornou cada vez mais disseminado como matéria-prima de ferramentas e armas afiadas e resistentes. Por volta de 500 a.C., os chineses aprenderam a produzir ferro fundido acrescentando carbono ao metal quando ainda derretido. Com o baixo ponto de fusão, a facilidade de ser moldado e a resistência ao desgaste, o ferro fundido era excelente para fazer armas e estatuetas. No século III a.C., os indianos misturaram ferro, carvão e vidro para criar um metal muito mais duro e forte: o aço.

- Tecnologia energética. No mundo antigo, a maior parte da energia era fornecida por animais ou seres humanos. Na era clássica, os gregos encontraram meios de amplificar a energia disponível com alavancas e sistemas de roldanas. Entretanto, os métodos de tração animal na verdade pouco mudaram além do desenvolvimento de arreios mais eficazes para bois e burros e rodas que giravam mais suavemente.

Aos poucos, as civilizações descobriram meios de usar a força do vento e da água para mover as suas máquinas. Embora as velas fossem usadas para deslocar barcos e navios desde o quarto milênio a.C., houve avanços importantes no início da era clássica. Por volta de 500 a.C., os gregos e os fenícios começaram a construir navios com dois mastros: um mastro central com vela redonda e um mastro menor com vela triangular. Isso permitiu a construção de navios muito maiores que podiam levar cargas muito mais pesadas.

No século I a.C., inventaram-se na China, na Índia e no Império Romano as primeiras rodas d’água para aproveitar a energia gerada pela água ao cair de certa altura ou se deslocar rio abaixo. No final do século I, na Síria, as rodas d’água foram equipadas com tubos ou baldes para criar meios de irrigação. O eixo giratório da roda d’água também podia mover outras máquinas, geralmente moinhos para transformar cereais e outros grãos em farinha. No entanto, os primeiros moinhos de vento só foram construídos por volta de 650 d.C.

- Transporte. Nas viagens marítimas, surgiram duas inovações importantíssimas na era clássica. Entre 300 e 100 a.C., os chineses inventaram o leme e tornaram a navegação muito mais fácil. Depois, no século I d.C., inventou-se a bússola, também na China. Descobriu-se que uma agulha de ferro imantada que flutuasse na água sobre uma lasca de madeira apontava a linha Norte-Sul. A bússola tornou-se inestimável para os navegantes.


Uma estrada romana em Pompeia. 
Foto: Paul Vlaar

Em termos de viagem terrestre, os melhores construtores de estradas do mundo clássico foram os romanos. Eles inventaram uma ferramenta especial de topografia, chamada groma, para construir as estradas mais retas que fosse possível. As estradas romanas tinham três camadas, com profundidade de cerca de um metro: sobre uma base de areia e argamassa, dispunham-se filas de pedras planas e, superfície, uma mistura de cal e cascalho. Em razão das excelentes estradas, os romanos puderam desenvolver vários veículos com rodas para percorrer grandes distâncias de forma rápida e confortável. Deles, um dos maiores era o clabularium. Puxado por oito bois, podia transportar cargas de até meia tonelada.


WOOLF, Alex. Uma Nova História do Mundo. São Paulo: M.Books do Brasil, 2014. p. 98-99.


NOTA: O texto "Avanços da tecnologia no Mundo Clássico (500 a.C. - 600 d.C.)" não representa, necessariamente, o pensamento deste blog. Foi publicado com o objetivo de refletirmos sobre a construção do conhecimento histórico.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Índios norte-americanos na lente do fotógrafo Edward S. Curtis [Parte 2: 20 fotos]

A Hupa Indian

A Commanche mother

Hooper Bay youth

East mesa girls

Inupiat Family from Noatak, Alaska

Hopi children

Inuit man in kayak

Sweat lodge Nez-Percé

Cliff perched homes—Hopi

Najaho child

Hopi mother

Hupa mother and child

Nez Perce baby

Atsina

Cheyenne girl

Salmon stream

Povi-Tamu ("Flower Morning") - San Ildefonso

At the trysting place

Watching the dancers

Apsaroke scout

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Índios norte-americanos na lente do fotógrafo Edward S. Curtis [Parte 1: 25 fotos]

Acoma water girls

Blackfoot - Bear Bull

Woman and child 

Cheyenne maiden

Nunivak children

Arikara girl

Cowichan girl

Tewa girls

Boys in kayak

Gossiping - San Juan

Hesquiat woman 

Apache, Morning bath

Evening in Hopi land

Jicarilla man

Kutenai girls

Zuni street scene

Diegueño woman of Campo

By the river – Flathead

Qahatika water girl

Zuni girls at the river

Walvia ("Medicine Root") – Taos

Uwat – Comanche

Wishham girl, profile

Diegueño woman of Santa Ysabel

Geronimo – Apache