Deitada nas areias escaldantes,
na planície de Gizé,
descansa, eterna, a Esfinge.
Olhar furtivo.
***
Corpo de leão, cabeça humana,
meio homem, meio deus,
ser antropomorfo.
Olhar perigoso.
***
Guardiã dos túmulos reais,
contempla, atônita,
paisagens desfiguradas, ares poluídos,
turistas.
Olhar punitivo?
***
Enigmática, cósmica,
eterna como as areias do deserto do Saara,
a Esfinge é o infinito – Heh e o oculto –
Amon.
Olhar destemido!
***
"O homem teme o tempo, mas o tempo
teme as pirâmides”
- diz o provérbio árabe.
Assim a Esfinge: guardiã de memórias
ancestrais.
Olhar contemplativo...
***
Quiçá no limiar de uma nova era
homens iluminados, de olhares límpidos,
abram o portal do tempo revelando
os segredos dos deuses e dos homens!
***
(“A
Esfinge” é uma metáfora sobre a percepção que temos do tempo, do homem e de
suas possibilidades como construtor de uma civilização calcada em valores mais
humanos e éticos.)
© 2015 by Orides Maurer Jr.
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