"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A civilização dos megálitos

Os megálitos (grandes pedras) são os mais antigos monumentos da humanidade. Entre o 5º e o 2º milênio a.C., enormes blocos de pedra foram erigidos na Europa em locais abertos e muitas vezes sobre uma elevação. Os mais antigos megálitos estão na Espanha e em Portugal, bem como no Golfo de Lion (nordeste do mar Mediterrâneo), na Córsega, na Sardenha e em Malta. O costume de erigir "grandes pedras" segue depois ao longo da costa atlântica. A Bretanha, em particular, oferece numerosos exemplos desses monumentos. A seguir, a arte megalítica chegou à Irlanda, à Grã-Bretanha e finalmente, por volta de 1500 a.C., à Jutlândia e à Escandinávia.

Stonehenge, na Grã-Bretanha. Construído por etapas entre o 3º e o 2º milênio, o conjunto monumental de Stonehenge se compõe de círculos concêntricos de menires, de 3 a 6 metros de altura, e pesando dezenas de toneladas. As pedras verticais do círculo exterior suportam blocos horizontais. Até agora este sítio impressionante não revelou o segredo de sua finalidade.

Os menires, altas pedras verticais de um bloco único, podem ser isolados ou colocados em círculo (o cromlech) ou ainda alinhados. Os alinhamentos dos menires de Carnac ou os círculos de Stonehenge estão talvez ligados a um culto solar ou lunar. Os dólmens, que têm a forma de mesa, são formados por pedras verticais que sustentam um bloco único disposto horizontalmente. Abrigando geralmente câmaras funerárias, são dissimulados sob um montículo de terra ou cairns (montes de pedras). Alguns megálitos são decorados. Na França, as paredes do dólmen de Gavrinis (Morbihan) apresentam gravações de desenhos abstratos (círculos, espirais), folhas, machados e serpentes. Em Filitosa (Córsega), menires têm gravações em relevo com características antropomórficas (esboços de cabeça e braços), além de armas de guerra.

A dama de Saint-Sernin, em Aveyron. Esta estela de arenito esculpido, em forma arredondada no alto, representa de maneira muito estilizada uma mulher. Dois buracos para os olhos, um traço para o nariz, linhas horizontais para as faces desenham o rosto do ídolo. O grande colar terminado com um pendente, os seios, a tanga que cobre o baixo-ventre e os quatro membros são particularmente sublinhados. Mais de 20 pequenos menires com a aparência de ídolos femininos, como este, foram encontrados em Aveyron.

SALLES, Catherine. (dir.). Larousse das Civilizações Antigas. São Paulo: Larousse, 2006. p. 18-19.

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