Os cidadãos ricos da época imperial romana apreciavam possuir as paredes do seu triclinium (sala de jantar) decoradas com pinturas a fresco. Foram encontrados numerosos painéis em Roma, Pompéia, Herculano e Estábia. Residência dos Vetti, Pompéia.
[Augusto, primeiro dos césares, fundador do Império] Concentrando todo o poder em suas mãos, Augusto soube dar
unidade a um vasto território habitado por populações das mais diversas raças,
credos, costumes, e promover seu desenvolvimento.
Suas primeiras medidas foram, pois, de cunho administrativo,
destinadas a assegurar a centralização do governo. Em vista disso, dividiu as
províncias em dois grupos: as fronteiriças, chamadas imperiais, que
por medida de segurança, ficaram sob seu controle direto, guarnecidas por
tropas permanentes e administradas por um governador militar; as restantes,
chamadas senatoriais, que ficaram sob o controle do Senado
dirigidas por um procônsul. Confiou a administração de Roma a prefeitos que,
em número de três, eram encarregados de manter a ordem, abastecer a cidade e
protegê-la de incêndios ou de assaltos.
Augusto preocupou-se mais em guarnecer as fronteiras do
Império do que ampliá-las. As poucas conquistas feitas por suas legiões foram
realizadas com o objetivo de dar maior segurança e coesão a todo o território
romano.
O governo de Augusto durou 44 anos (de 27 a .C. a 14 d.C.),
inaugurando um longo período de calma e prosperidade, que passou à História com
o nome de Pax Romana. Nesse período as atividades agrícolas,
comerciais, culturais e artísticas receberam um impulso extraordinário.
Através das rotas comerciais marítimas ou terrestres, eram
transportados para todo o Impe´rio cereais do Egito, do norte da África, da
Sicília; madeiras e produtos agrícolas da Gália e da Europa Central; ouro,
prata, chumbo da península Ibérica; cobre da ilha de Chipre; minério de ferro
das regiões dos Balcãs; pedras preciosas, sedas, perfumes, especiarias, artigos
de luxo procedentes da China e da Índia, com os quais os romanos mantinham
intenso comércio.
A firme organização administrativa e os múltiplos benefícios
trazidos pelos intercâmbios comerciais permitiram ao império aumentar a rede de
estradas, o número de aquedutos e pontes. Em Roma foram construídas numerosas
termas (banhos públicos), vários templos, teatro, um novo foro, um altar à paz
(ara pacis) e, por toda a cidade, multiplicaram-se as fontes, traço da
civilização romana que se conservou através dos tempos; até hoje Roma
orgulha-se de suas numerosas fontes.
O período de paz despertou um grande interesse pela cultura
e pelas artes, interesses que não puderam desenvolver-se durante a longa fase
republicana marcada por guerras de conquista. Augusto incentivou as realizações
de homens de talento, escritores e artistas, os quais contaram, ainda, com
especial proteção de Mecenas, grande amigo de Augusto, cidadão riquíssimo,
benfeitor das artes (daí o termo mecenas referir-se ainda hoje a um indivíduo
que patrocina, com sua riqueza, o desenvolvimento das artes).
A unidade do Império Romano foi obra do extraordinário
talento de Augusto. O retorno da ordem, da paz, da prosperidade a toda a bacia
do Mediterrâneo deu-lhe enorme popularidade e mereceu-lhe a confiança e o
respeito de todos os seus súditos, tanto na capital do Império como nas mais
distantes províncias. O oitavo mês do ano recebeu seu nome (agosto, de Augustus)
e o povo expressou sua gratidão reverenciando-o como ser divino. À sua morte o
Senado elevou-o à categoria de deus entre os demais deuses de Roma e o período
de seu governo chegou até nós com o nome de Século de Augusto.
[O apogeu de Roma imperial] Aceito com entusiasmo pelo povo, reconhecido pelo Senado, o
regime imperial implantado por Augusto teve longa duração. A exemplo de
Augusto, alguns dos imperadores que lhe sucederam empenharam-se também em
administrar sabiamente as províncias, em embelezar Roma com novas construções.
Para proteger o mundo romano da ameaça externa, o limes foi
estendido em todas as direções e, ao longo das fronteiras, multiplicaram-se as
guarnições militares.
Os primeiros dois séculos após a morte de Augusto
constituíram o período mais brilhante da história de Roma, aquele em que sua
civilização atingiu o auge. A cultura romana irradiou-se pelo Ocidente; as
novas cidades que surgiram basearam-se, em traçado, construções, decoração, nos
modelos romanos; à difusão de leis, insitutições e costumes romanos seguiu-se,
com a abertura de numerosas escolas, a difusão do latim, sobretudo na Gália e
na pensínsula Ibérica.
O Império consolidou suas bases concedendo a cidadania
romana aos homens livres de todas as províncias, e atingiu ainda sua máxima
extensão coqnuistando a Britânia (atual Inglaterra), a Dácia (atual Romênia), a
Trácia (parte das atuais Bulgária, Grécia e Turquia europeia), a Mauritânia
(atuais Argélia e Marrocos), a Mesopotâmia.
[Os imperadores romanos] Sucederam a Augusto, até o fim do século II, três dinastias:
a primeira composta por imperadores romanos de família patrícia; a segunda por
imperadores de família plebéia; a terceira, integrada por imperadores naturais
de províncias do ocidente. Sobretudo os imperadores dessa terceira dinastia,
exceto o último, distinguiram-se como excelentes administradores: a rede de
estradas e o próprio território romano atingiram sua extensão máxima; a
proteção das fronteiras mereceu cuidados especiais; as cidades de todas as
províncias conheceram grande bem-estar e prosperidade; Roma alcançou brilho e
projeção sem par.
No século III, porém, importantes acontecimentos ameaçaram o
Império Romano, crises internas e perigos externos, que terminaram minando sua
força e prestígio e provocando o início de sua decadência. Um desses
acontecimentos foi a difusão de uma crença religiosa surgida na Judéia, a qual
acabou impondo-se a todo o Ocidente e a boa parte do oriente: o
cristianismo. 
Dinastia 
 | 
  
Nome 
 | 
  
Data 
 | 
  
Em Roma 
 | 
  
Fora de Roma 
 | 
 
Júlio-Cláudia 
 | 
  
Tibério 
 | 
  
14 
 | 
  
Aumentou o tesouro. No fim da vida mostrou-se cruel e
  despótico. 
 | 
  
Boa administração das províncias. 
 | 
 
Calígula 
 | 
  
37 
 | 
  
Desequilibrado, cometeu atos de violência. Acabou
  assassinado. 
 | 
  ||
Cláudio 
 | 
  
41 
 | 
  
Bom administrador, cercou-se de conselheiros capazes. Mas,
  de caráter fraco, deixou-se dominar pela esposa Agripina e foi por ela
  assassinado. 
 | 
  
Conquista do sul da Britânia (48 d.C.) 
 | 
 |
Nero 
 | 
  
54 
 | 
  
Extremamente violento e desequilibrado. Mandou assassinar
  sua mãe Agripina e seu meio-irmão Britânico. Arruinou as finanças do Estado.
  Deposto por uma revolta chefiada por Galba, governador da Hispânia,
  suicidou-se. 
 | 
  ||
De 68 a   69 
 | 
  
Com a morte de Nero ocorreram agitações e sangrentas lutas
  pela tomada do poder entre os chefes de exércitos provinciais. Em um ano
  sucederam-se Galba, Otão e Vitélio. Finalmente, um general plebeu,
  Vespasiano, de origem camponesa, tomou o trono e restaurou a ordem. 
 | 
  |||
Flávia 
 | 
  
Vespasiano 
 | 
  
69 
 | 
  
Reorganizou a administração e reconstituiu o tesouro.
  Construção do Anfiteatro Flávio (Coliseu). 
 | 
  
Submissão de parte da Germânia, entre o Reno e o Danúbio. 
   Revolta da Judéia. Destruição do templo de Jerusalém. 
 | 
 
Tito 
 | 
  
79 
 | 
  
Conhecido por sua bondade. 
 | 
  
Erupção do Vesúvio e destruição das cidades de Pompéia e 
   Herculano. 
 | 
 |
Domiciano 
 | 
  
81 
 | 
  
Possuía certas qualidades administrativas mas acabou
  revelando-se um déspota, e foi assassinado. 
 | 
  
Conquistada a Britânia até a fronteira da Escócia. Início
  da construção do limes ao longo do Reno. 
 | 
 |
Antonina 
 | 
  
Nerva 
 | 
  
96 
 | 
  
Escolheu para seu sucessor o filho adotivo Trajano. O
  regime de adoção é a característica dominante desta dinastia. 
 | 
  |
Trajano 
 | 
  
98 
 | 
  
Natural da Hispânia. 
 | 
  
Máxima extensão do império com a conquista da Dácia. 
 | 
 |
Adriano 
 | 
  
117 
 | 
  
Espanhol, filho adotivo de Trajano. Reformou o Direito 
   Romano. 
 | 
  
Fortificação das fronteiras com a construção, na Britânia,
  de uma muralha (Muralha de Adriano) e do limes ao longo do
  Danúbio. 
 | 
 |
Antonino Pio 
 | 
  
138 
 | 
  
Gaulês; filho adotivo de Adriano. Excelente administrador,
  protetor da justiça, das artes e ciências.   Deu seu nome à
  dinastia. 
 | 
  
Reforçadas as guarnições   militares nas
  fronteiras; completadas as fortificações. 
 | 
 |
Marco Aurélio 
 | 
  
161 
 | 
  
Filho adotivo de Antonino Pio. Imperador filósofo, famoso
  por sua cultura. 
 | 
  
Contido o avanço de bárbaros nas fronteiras do Danúbio. 
 | 
 |
Cômodo 
 | 
  
180 
 | 
  
Filho de Marco Aurélio, único dos imperadores desta
  dinastia a herdar o título por nascimento. Negligenciou a administração;
  revelou-se despótico; foi assassinado. 
 | 
  
HOLLANDA, Sérgio Buarque de (org.). História da
Civilização. São Paulo: Nacional, 1974. p. 101-105.

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