"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

segunda-feira, 25 de maio de 2015

A vida cotidiana dos astecas: Os jogos

Guerreiros astecas. Artistas desconhecidos, Codex Florentine

Os astecas, herdeiros das grandes civilizações precedentes, se entregavam com paixão, da mesma forma que os maias e os toltecas, ao jogo de bola denominado tlachtili. Duas equipes defrontavam-se no campo, que tinha a forma de um duplo "T" maiúsculo, lançando uma pesada bola de borracha maciça. As regras do jogo exigiam que a bola fosse tocada apenas com os joelhos ou os quadris. Os jogadores esforçavam-se por fazê-la passar entre dois anéis de pedras fixados nas muralhas laterais. Embora estivessem protegidos por joelheiras, luvas e máscaras de couro, acontecia de frequentemente se contundirem, e às vezes até serem mortos pela bola. Dizia-se que o tlachtli representava o universo e a bola, o sol. O jogo tinha, portanto, uma significação esotérica. Era o esporte da elite e também pretexto para elevadas apostas.

O patolli, jogo de azar muito parecido com o jogo francês do pato, era praticado febrilmente por todas as classes sociais. Vítimas de sua paixão, alguns jogadores arruinados não tinham outro recurso senão vender-se a si mesmos como escravos.

Os astecas dedicavam-se também a distrações mais inocentes: a caça aos pássaros por meio de zarabatanas que projetavam balas de terracota; cantos de danças ao fim dos banquetes; declamação de poemas e espetáculos apresentados pelos acrobatas em casas principescas.

SOUSTELLE, Jacques. A civilização asteca. Rio de Janeiro: Zahar, 2002. p. 51-2. (As civilizações pré-colombianas)

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