"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A juventude medieval

Amantes. Codex Manesse

Determinar a idade que caracterizava a juventude não é fácil. Entrava-se na juventude depois da infância, em princípio após a maioridade, 12 anos para as meninas e 14 para os meninos, mas aqueles designados como jovens tinham 16 anos ou mais. O limite superior variava.

No século XII, eram considerados “jovens” os aristocratas que ainda não eram casados e nem estavam instalados em uma propriedade, ou seja, aqueles que tinham vivido a busca da identidade, por meio da vagabundagem, da violência e da conquista de mulheres. Um estudo do vocabulário mostra que nos séculos XIV e XV podia-se ser qualificado de “rapaz” e já ser casado e estar instalado. Nessa época, a aparência física era mais importante que a noção de faixa etária. A juventude também se definia pelo tipo de comentário que as outras faixas etárias faziam a respeito de alguém.

As opiniões oscilavam entre a brandura e o rigor. Idade da loucura, a juventude também podia ser desculpável e agir como uma espécie de circunstância atenuante. A juventude não era uma fase de violências específicas, mesmo que acontecesse de jovens se agruparem em bandos para praticar estupros coletivos e hesitarem menos que outros em andar armados e desafiar as ordens.

Claude Gauvard. Juventude. In: BETING, Graziella. Coleção história de A a Z: [volume] 2: Idade Média. Rio de Janeiro: Duetto, 2009. p. 14.

NOTA: O texto "A juventude medieval" não representa, necessariamente, o pensamento deste blog. Foi publicado com o objetivo de refletirmos sobre a construção do conhecimento histórico.

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