A Inglaterra se envolveu em uma
série de conflitos, a maioria contra a França. Durante o final do século XVII e
todo o XVIII. Em todas essas guerras, homens das 13 colônias inglesas na
América foram requisitados para defender as possessões britânicas contra os
franceses, que sempre buscavam alianças com nações indígenas, oferecendo terras
a eles.
Um dos exemplos mais conhecidos
foi a Guerra dos Sete Anos (1756-1763). Mesmo com a vitória inglesa, a guerra
causou enormes prejuízos aos cofres britânicos. Para reequilibrar seu
orçamento, a Coroa passou a cobrar pesados impostos das colônias.
Paralelamente, a Inglaterra
iniciava a Revolução Industrial e necessitava, cada vez mais, de matéria-prima
e mercados consumidores para seu crescente potencial produtivo, para o qual as
13 colônias tinham papel fundamental.
Como decorrência da Guerra dos
Sete Anos, a Inglaterra iniciou uma política de repressão econômica que
objetivava controlar a economia das colônias. Uma série de leis e taxações foi
promulgada pela Coroa e amplamente questionada pela população das 13 colônias.
Para o professor Bernard Baylin,
essas leis apenas contribuíram para instigar um sentimento de indignação que já
existia entre os colonos. Por meio de panfletos que circulavam por todas as
colônias, os principais intelectuais mostravam sua insatisfação contra a
metrópole. Atos de protesto e boicotes a produtos ingleses ocorriam por toda
parte. Ao contrário da Revolução Francesa, o objetivo não era instaurar uma
nova ordem sociopolítica, mas manter as liberdades existentes antes do controle
rígido da Inglaterra.
Boston Tea Party, Nathaniel Currier
Unidos mais por um sentimento
anti-inglês que por nacionalismo, os colonos convocaram, em 1774, o Primeiro
Congresso da Filadélfia. Diante da contínua negação de representatividade no
Parlamento inglês e de ações militares intimidadoras, organizou-se um novo
congresso, ainda na Filadélfia, onde foi assinada a Declaração de
Independência, no dia 4 de julho de 1776.
Essa declaração, redigida por
Thomas Jefferson, inspirada no teórico inglês John Locke e no Iluminismo, é uma
manifestação da jovem burguesia, enfática nos direitos de liberdade, da busca
da felicidade pessoal e da defesa da propriedade.
Declaração de Independência, John Trumbull
A luta de independência foi
dirigida por George Washington e contou com o apoio de voluntários franceses e
material bélico fornecido pela Espanha. Em 1783, a independência foi
finalmente reconhecida pelos ingleses, por meio do Tratado de Paris.
Com o fim da Revolução Americana
de Independência, era preciso organizar um novo país, juntando 13 estados no
continente americano. A nova nação adotava como nome o princípio que a gerara:
Estados Unidos da América. Mesmo assim, como escreveu Joyce Appleby, demoraria
uma geração para criar a noção de ser americano e absorver os novos valores
republicanos e de independência.
Luiz Estevam de O. Fernandes.
Revolução Americana. In: BETING, Graziella. Coleção
história de A a Z: [volume] 3: Idade Moderna. Rio de Janeiro: Duetto, 2009.
p. 58.
NOTA: O texto "Revolução Americana (1776-1783)" não representa, necessariamente, o pensamento deste
blog. Foi publicado com o objetivo de refletirmos sobre a construção do
conhecimento histórico.
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