Como para muitos outros aspectos
do cotidiano, a decoração dos túmulos, as cenas dos templos, as estátuas, os
textos e algumas descobertas arqueológicas dão uma ideia precisa da forma como
os egípcios se vestiam. Mas vale lembrar que as roupas de festa com as quais
eles são representados eram geralmente ligadas às classes mais altas. Na rotina
do trabalho no campo, a grande maioria da população ficava nua, ou quase, com
apenas um pedaço de tecido enrolado na cintura. As crianças eram representadas
nuas, independentemente de sua classe social ou riqueza da família.
Cena de banquete: vestuário feminino.
Detalhe de pintura mural em tumba.
Confeccionados em linho branco
(os tecidos coloridos eram exceção), a tanga para os homens e o vestido reto
para as mulheres eram as “bases” da vestimenta egípcia. O hábito praticamente não
mudou do Antigo Império até meados da 18ª dinastia. Era assim que os deuses se
vestiam.
Na época amarniana e no período
ramessida, a moda evoluiu com o uso de vestimentas amplas, plissadas e
transparentes sobrepostas à tanga e vestidos mais elaborados. Essa tendência se
manteve até que fosse adotada uma moda relativamente helenizada, depois da
conquista do Egito por Alexandre, o Grande.
Cena de colheita: vestuário masculino.
Detalhe de pintura mural em tumba.
A peruca, por ter a função de
proteger do sol, era um elemento constitutivo da vestimenta egípcia, tanto
masculina como feminina. Talvez para evitar vermes, eles tinham o hábito de
cortar os cabelos curtos, também para as mulheres, e até de raspar
completamente a cabeça e usar peruca. Esta era geralmente feita de cabelos
naturais, e as formas e estilos variavam conforme a moda.
Várias funções religiosas ou
administrativas envolviam o uso de um traje específico. É o caso do sacerdote
funerário, que jogava uma pele de pantera nas costas, e também do vizir,
primeira pessoa do Estado depois do rei, que usava um grande manto.
O traje real sempre foi objeto de
uma codificação específica em função dos diferentes papéis do rei ou dos ritos
que ele tinha de cumprir.
Vincent Rondot. Vestuário. In:
BETING, Graziella. Coleção história de A
a Z: [volume] 1: antiguidade.. Rio de Janeiro: Duetto, 2009. p. 25.
NOTA: O texto "O vestuário no antigo Egito" não representa, necessariamente, o pensamento deste
blog. Foi publicado com o objetivo de refletirmos sobre a construção do
conhecimento histórico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário