É carroça abandonada
Numa beira de estrada
Ou numa estação inglória?
Chico Buarque e Pablo Milanez
História,
palavra de origem grega - ἱστορία - , significa “conhecimento", "investigação" por meio de uma "indagação”;
deriva de histor, “sábio”, “conhecedor”, "aquele que apreende pelo olhar". Todas as sociedades, em épocas e contextos diversos, registraram os acontecimentos do passado. É a memória desse "passado" que dá sentido ao "presente", orientando nossa perspectiva para o "futuro". Como disse H. van Loon "A história não é o passado - é o processo".
Para
Marco Túlio Cícero “A História é a testemunha dos tempos, a luz da verdade, a
vida da memória, a mestra da vida”. A
História, portanto, é vida. Não se procura
na História apenas conhecer o passado. “A história – nos diz a historiadora Vavy Pacheco Borges - procura,
especificamente, ver as transformações pelas quais passaram as sociedades
humanas”. Ou, como disse Marc Bloch "A História é a ciência dos Homens no tempo".
Conhecer
a História possibilita compreender o modo como os homens do passado encontraram
soluções para garantir a sua sobrevivência. A análise dos processos históricos das sociedades do passado leva-nos a conhecer/compreender os avanços técnicos, as origens da desigualdade social, os tabus, os preconceitos de nossa época...
O
historiador Louis Halphen comenta: “Necessária à compreensão do presente, a
História não o é menos à saúde de nosso espírito. Nossa paixão do absoluto tem
necessidade dum contrapeso que a História vem fortemente lhe apresentar.
A
História não nos torna céticos, como se diz comumente, mas ela é uma
maravilhosa escola de prudência. Às divagações da razão ela opõe a barragem dos
fatos; [...] A História ensina o relativo e, se pode dizer, o “condicionado”,
pois todos os fatos que ela aborda comandam-se reciprocamente uns sobre os
outros.
[...]
a História ensina a vida em sua complexidade e seus aspectos, pois seu domínio
é, precisamente, o estudo de todo o passado humano em sua luxuriante
diversidade”.
É
através dos estudos históricos que desvendamos a complexidade da trajetória
humana ao longo do tempo: relações de poder, cotidiano e mentalidades, ciência, arte,
relações sociais... enfim, a todos os aspectos que dizem respeito a atuação dos
homens através dos tempos. Segundo Ecléa Bosi “O passado não é o antecedente do
presente, é a sua fonte”.
O historiador holandês Johan Huizinga faz uma importante reflexão acerca da História: "cada cultura cria e tem necessariamente que criar sua própria forma de História. O tipo de cultura determina o que é, para ela, a História, e como há de ser esta. [...] Não é nunca a reconstrução ou a reprodução de um passado. O passado não é dado nunca. O único dado é a tradição".
O estudo da História desperta a consciência de que todos nós, homens e mulheres - cidadãos do mundo -, somos sujeitos construtores da História, das transformações sociais, dos rumos do mundo.
Concluamos com as palavras do historiador italiano Carlo Ginzburg: "a história pode nos despertar para a percepção de culturas diferentes e, com isso, contribuir para a ampliação das fronteiras de nossa imaginação. Disso decorreria uma atitude menos provinciana em relação ao passado e ao presente".
Orides Maurer Jr. é historiador e autor do blog ϟ●• História
e Sociedade •●ϟ
© 2015 by Orides Maurer Jr.
O historiador holandês Johan Huizinga faz uma importante reflexão acerca da História: "cada cultura cria e tem necessariamente que criar sua própria forma de História. O tipo de cultura determina o que é, para ela, a História, e como há de ser esta. [...] Não é nunca a reconstrução ou a reprodução de um passado. O passado não é dado nunca. O único dado é a tradição".
O estudo da História desperta a consciência de que todos nós, homens e mulheres - cidadãos do mundo -, somos sujeitos construtores da História, das transformações sociais, dos rumos do mundo.
Concluamos com as palavras do historiador italiano Carlo Ginzburg: "a história pode nos despertar para a percepção de culturas diferentes e, com isso, contribuir para a ampliação das fronteiras de nossa imaginação. Disso decorreria uma atitude menos provinciana em relação ao passado e ao presente".
MAURER JUNIOR, Orides. Ecos do
tempo: uma viagem pela história. Joinville: Letradágua, 2015. p. 9-10.
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