Amantes. Codex Manesse
Determinar a idade que caracterizava a juventude não é fácil. Entrava-se na juventude depois da infância, em princípio após a maioridade, 12 anos para as meninas e 14 para os meninos, mas aqueles designados como jovens tinham 16 anos ou mais. O limite superior variava.
No século XII, eram considerados “jovens”
os aristocratas que ainda não eram casados e nem estavam instalados em uma
propriedade, ou seja, aqueles que tinham vivido a busca da identidade, por meio
da vagabundagem, da violência e da conquista de mulheres. Um estudo do vocabulário
mostra que nos séculos XIV e XV podia-se ser qualificado de “rapaz” e já ser
casado e estar instalado. Nessa época, a aparência física era mais importante
que a noção de faixa etária. A juventude também se definia pelo tipo de comentário
que as outras faixas etárias faziam a respeito de alguém.
As opiniões oscilavam entre a
brandura e o rigor. Idade da loucura, a juventude também podia ser desculpável
e agir como uma espécie de circunstância atenuante. A juventude não era uma
fase de violências específicas, mesmo que acontecesse de jovens se agruparem em
bandos para praticar estupros coletivos e hesitarem menos que outros em andar
armados e desafiar as ordens.
Claude Gauvard. Juventude. In:
BETING, Graziella. Coleção história de A
a Z: [volume] 2: Idade Média. Rio de Janeiro: Duetto, 2009. p. 14.
NOTA: O texto "A juventude medieval" não representa, necessariamente, o pensamento deste
blog. Foi publicado com o objetivo de refletirmos sobre a construção do
conhecimento histórico.
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