Segundo Heródoto, os citas seriam
originários da Ásia central, de onde teriam sido expulsos. Em sua caminhada
para o oeste, defrontam-se com os cimérios que perseguem até a Anatólia
oriental. Fontes assírias atestam sua presença nessa região por volta de 676 a 652 a .C. e são,
provavelmente, os principais responsáveis pela destruição do Estado de Urartu
(englobando o vale do Araxe, o Azerbaijão iraniano e a Turquia oriental).
Partem em seguida para o norte e se estabelecem, no final do século VII, na
Ucrânia e na Rússia principalmente. Nem todos os citas da Europa têm origens
tão remotas, mas seus contatos com os grandes reinos do Médio Oriente e suas
conseqüências culturais são inegáveis.
Na Ucrânia e na Rússia, os citas
controlam ao mesmo tempo a estepe, onde praticam um nomadismo ligado à criação
de carneiros e cavalos, e as zonas arborizadas, onde reside uma população de
agricultores sedentários. Esse vasto conjunto humano é governado por uma tribo
dominante, a dos “citas reais”. A sociedade cita é dividida entre uma
aristocracia de chefes de guerra, uma massa de homens livres e escravos. Os
citas não ignoram o comércio: exportam, para as colônias gregas da costa do mar
Negro, trigo e escravos; importam sobretudo vinho, cerâmica de luxo e joias.
Tesouro de Kul-Oba.
Foto: PHGCOM
Sua fama entre os gregos se
baseia em suas temíveis qualidades de cavaleiros e de arqueiros, providos de um
arco de grande potência. Móveis e rápidos, os citas são difíceis de perseguir e
surgem de improviso sobre seus adversários. O grande rei persa Dario I
constata, de modo catastrófico, em 513 a .C., que é praticamente impossível
conquistar a estepe cita e que deve recuar.
Os chefes mortos são enterrados
em câmaras fúnebres construídas de madeira, com suas armas, seus tesouros, seus
servos e seus cavalos. O túmulo é recoberto por um acúmulo de terra que pode
atingir 20 metros
de altura. O conjunto forma o que se chama um kurgane. As escavações
arqueológicas dessas ricas sepulturas revelaram preciosas informações sobre as
práticas funerárias e a arte dos citas.
SALLES, Catherine [dir.]. Larousse das civilizações antigas 1: dos
faraós à fundação de Roma. São Paulo: Larousse d Brasil, 2008. p. 117.
Nenhum comentário:
Postar um comentário