Em 305 a .C., por ocasião de sua
conquista do Egito, Alexandre, o Grande, tinha colocado à testa de sua nova
província Ptolomeu, filho de Lagos. Procedente da nobreza macedônia, Ptolomeu
assume o título grego de basileus (rei). Seu poder é reconhecido pelos
sacerdotes egípcios. Comanda então o exército, administra a Justiça e honra as
divindades. A administração central é instalada em Alexandria, enquanto novas
divisões administrativas são criadas (notadamente as nomes), a fim de
estabelecer os serviços e o controle fiscal... Entre os funcionários, o dioceta tem um papel essencial:
supervisiona as engrenagens da economia e é responsável pela exploração das
“terras reais” e pelos rendimentos do Tesouro.
Sob os Lágidas, o sistema
monetário, criado pelos comerciantes do antigo emporion (entreposto) grego de Naucratis e por muito tempo ignorado
pelos egípcios, se estende a todo o Egito. Os gregos instauram os bancos do
Estado que coexistem com bancos privados. No mesmo momento, Alexandria se
afirma como um pólo econômico excepcional no Mediterrâneo e se torna a cidade
dos naucleros, espécie de transitários
que garantem o comércio marítimo internacional.
Estela de uma mulher.
Foto: Shakko
A economia rural é transformada,
inovações permitem aumentar a superfície cultivável. As colheitas permanecem
ligadas ao ritmo das cheias do Nilo e da rede de canais de irrigação. As áreas
cultiváveis são objeto de uma atenção especial e de uma política voluntarista
na região do Fayum. O regime das terras é complexo. A “terra sagrada” permanece
propriedade inalienável dos templos. Diodoro da Sicília, na época romana, a
avalia em um terço da superfície cultivada. Os reis controlam, no entanto, as
propriedades fundiárias, os rebanhos dos templos, pois todo arrendamento das
“terras sagradas” depende do poder central. Cultiva-se o trigo, a videira,
árvores frutíferas e se cria especialmente ovinos e às vezes bovinos. As
cidades e as aldeias abrigam atividades artesanais, tecidos, tinturaria,
ourivesaria, cerâmica e vidraria de qualidade.
SALLES, Catherine [dir.]. Larousse das civilizações antigas 2: da Babilônia ao exército enterrado chinês. São Paulo: Larousse do Brasil, 2008. p. 210-211.
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