"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

terça-feira, 15 de outubro de 2013

A cultura Paracas

Paracas, cujo nome significa literalmente “chuva de areia”, designa uma cultura pré-hispânica que se desenvolve na península de Paracas e na costa desértica do sul do peru entre os séculos VIII a.C. e o século I d.C.

Vivendo da agricultura e praticando a irrigação, os habitantes residem em pequenas aldeias e centros residenciais de épocas muito variadas. Entre 700 e 500 a.C., a sociedade Paracas é fortemente ligada à cultura Chavín, notadamente na região denominada Disco Verde, onde são encontradas casas subterrâneas com paredes de pedra, associadas a vastos cemitérios.

A partir do período Paracas-cavernas (400-300 a.C.) e Paracas-necrópolis (200 a.C. – século I d.C.), do nome dos dois grandes tipos de sepultamentos observados pelos arqueólogos, essas aldeias abrigam choupanas de madeira e de esteiras. Por volta do século I d.C. (período denominado Proto Nazca, ou simplesmente Nazca), essas choupanas dão progressivamente lugar a casas de pedra. A região é, em seguida, influenciada pela cultura Nazca.

Detalhe de um tecido funerário ou manto. Estes tecidos de algodão ou lã, finamente trabalhados, que envolviam as múmias, são emblemáticos da cultura Paracas.

A cultura Paracas é famosa pela qualidade dos tecidos funerários que envolvem as múmias. No antigo Peru, os tecidos têm acima de tudo uma função simbólica importante. Símbolos de poder e de status social, são associados aos diferentes ciclos da vida dos homens. São utilizados igualmente por ocasião dos ritos religiosos, dos intercâmbios comerciais, assim como nas atividades bélicas e para os ritos fúnebres. A cultura Paracas revelou também admiráveis cerâmicas e numerosos objetos de metal (ouro e cobre) e outros materiais.


SALLES, Catherine [dir.] Larousse das civilizações antigas 2: da Babilônia ao exército enterrado chinês. São Paulo: Larousse do Brasil, 2008. p. 146.

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