A Segunda Guerra Mundial sujeitou
grande parte da Europa e do leste da Ásia à ocupação militar estrangeira. As
respostas dos povos ocupados variaram de um lugar para outro e entre as populações
– algumas vezes até mesmo entre os membros da mesma família – da mesma
comunidade. Nas Índias Holandesas do leste, os invasores japoneses foram inicialmente
bem recebidos como libertadores do domínio colonial ocidental. Na Noruega, a
maioria dos cidadãos resistiu tanto contra os nazistas quanto ao punhado de
colaboradores noruegueses reunidos pelos nazistas como um governo marionete. Algumas
vezes, o caminho da resistência ofereceu complicados dilemas morais. Por
exemplo, aqueles que espionavam para o inimigo ou que escondiam crianças judias
e outros refugiados foram, com freqüência, obrigados a agir de forma que
colocava em perigo suas próprias vidas e as vidas de suas famílias, vizinhos e
colegas.
Nem toda resistência ocorreu como
atos individuais de consciência moral. Após a queda da França, em 1940, duas
formas de oposição francesa contra os alemães surgiram. Os patriotas franceses,
liderados pelo General Charles de Gaule (1890-1970), organizaram a resistência
contra os alemães a partir do exterior. Dentro ou fora da França, nos territórios
franceses norte-africanos, um movimento de resistência secreto, camuflado,
operou com muito sucesso para esconder judeus e pilotos britânicos e
norte-americanos abatidos e para ajudar alguns deles a escapar das autoridades
alemãs. Muitos homens e mulheres deram sua vida à Resistência. Houve também
movimentos de resistência em comunidades na Dinamarca e na Holanda. A resistência
iugoslava tomou a forma de guerrilha contra as forças de ocupação alemãs e
italianas, conduzidas por dois grupos: os leais à monarquia e os “partisans”,
apoiados pela União Soviética e liderados por Josef Broz (1892-1980), conhecido
como Tito.
Movimentos de resistência dentro
da Alemanha e da Itália opuseram-se aos nazistas e aos fascistas de Mussolini. Por
exemplo, Rosa Branca foi o nome de um pequeno grupo de estudantes, professores
e intelectuais alemães que se opunham à guerra e distribuíam panfletos pedindo que
o povo alemão resistisse aos nazistas e aos esforços de guerra. Dois estudantes
e um professor da Universidade de Munique foram executados, em 1943, por conta
de suas atividades com a sociedade Rosa Branca. A resistência judia foi
extremamente difícil nos campos fortemente vigiados, embora tenha havido focos
de protestos isolados, mas notáveis. No gueto de Varsóvia, onde milhares de
judeus poloneses estavam confinados em um bairro da cidade e sujeitos ao
superpovoamento e à fome, uma rebelião armada ocorreu, em 1943. Os membros da
resistência não receberam qualquer apoio externo e a maioria acabou sendo morta
pelos nazistas.
Soldados alemães prendem judeus durante a revolta do Gueto de Varsóvia, maio de 1943
É difícil encontrar a documentação
da resistência de grande escala contra o governo nazista na sociedade alemã. Um
exemplo de resistência massiva das mulheres alemãs ocorreu em 1943, quando
cerca de 600 mulheres desarmadas marcharam até um prédio próximo ao quartel
general da Gestapo, em Berlim, exigindo que fossem libertados os prisioneiros
recolhidos como resultado das leis que restringiam o casamento entre judeus e não
judeus. As mulheres manifestantes tiveram sucesso em assegurar a libertação
daqueles acusados; suas ações salvaram as vidas de muitos alemães.
GOUCHER, Candice; WALTON, Linda. História mundial: jornadas do passado ao
presente. Porto Alegre: Penso, 2011. p. 353-354.
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