Charge na qual D. Pedro II aparece controlando “carrossel” político da época
É aquele para quem a História é uma carroça abandonada. Ele quer conservar a sociedade do jeito que a encontrou, evitando mudanças. Isso é lógico, a sociedade o favorece:
- Se está boa para mim, deve estar para todo mundo - pensa o conservador.
Nada deve ser mudado, mesmo que a maioria esteja puxando a carroça da História, e ele, o conservador, esteja em cima, sendo levado sem se cansar...
Para os conservadores, o Brasil não podia existir sem a grande propriedade, sem a agroexportação, sem a escravidão, sem os partidos políticos da elite. E sem os conservadores! Eles acreditavam que só uma minoria é capaz de dirigir a nação. E quando não houver mais jeito, quando alguma mudança for inevitável, que ela seja pequena e consiga evitar transformações maiores:
- Vamos mudar um pouco, para continuar tudo como está. - Vão-se os anéis, mas ficam os dedos!
Não se pense que os conservadores achavam o Brasil uma maravilha! Eles reconheciam os nossos problemas e julgavam saber os motivos:
- O brasileiro é preguiçoso e atrasado. Uma raça ruim, resultado da mistura de negros e índios. Um povo mestiço, inferior. Ai do país se não fôssemos nós, da elite!
O que é um liberal?
Como o nome diz, é a pessoa que defende a liberdade. Na História da Europa, os liberais surgiram com a burguesia, lutando contra as imposições do tempo do feudalismo e do absolutismo.
No Brasil Império, entretanto, a maioria dos políticos liberais era contra a liberdade dos escravos. Sobretudo porque muitos deles eram donos de escravos... Os liberais queriam mudanças, desde que feitas sob o controle da classe dominante. No duro, só eram liberais quando estavam fora do governo, na oposição. Quando mudava a situação política e os liberais ficavam por cima, tornavam-se tão conservadores quanto os conservadores.
Os liberais brasileiros eram liberais-conservadores. Donos de fazendas de gado, de açúcar ou de café - como os conservadores - os liberais daqui não podiam agir da mesma maneira que os liberais europeus, que surgiram na História como revolucionários. Nem sempre a nossa aristocracia conseguiu imitar a velha Europa!
ALENCAR, Chico [et al]. Brasil vivo 1: uma nova história da nossa gente. Petrópolis: Vozes, 1991. p. 137.
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