Esta pintura foi encomendada pela rainha Carolina de
Nápoles, irmã de Napoleão. Originalmente, ela deveria compor um par com outro
nu de Jean-Auguste-Dominique Ingres, mas o regime de Bonaparte desmoronou.
Carolina fugiu do país e o segundo nu, uma pessoa dormindo, foi destruído.
Ingres era leal ao estilo neoclássico: a atmosfera da obra é serena e ele presta mais atenção
aos contornos do que a cor. A grande odalisca foi pintada em Roma, durante um
período em que o artista estava desfrutando de uma reputação muito melhor na
Itália do que na França. Em 1819, quando exibida no Salão de Paris, a obra teve
uma recepção ambígua, em parte porque as distorções da imagem feminina sugeriam
uma influência do maneirismo. Ainda que a pose da odalisca, ou concubina, se
pareça com o retrato de Madame Récamier (1800), de Jacques-Louis David, Ingres
retrata sua modelo como uma mulher de um harém, adotando, assim, o gosto
temático pelo orientalismo, que foi popular entre os artistas românticos.
Apesar dessa afinidade, Ingres se manteve contrário aos ideais românticos até
morrer.
Iain
Zaczek. A grande odalisca. In: FARTHING, Stephen. Tudo sobre arte. Rio
de Janeiro: Sextante, 2011. p. 264.
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