* Grécia. A condição da mulher na Grécia variava de uma
cidade a outra e de acordo com a época. Na época homérica, a mulher, apesar de
submissa ao poder do homem (pai, marido, irmão ou tutor), gozava de certa
liberdade de movimento e grande consideração social. Sua condição mudou quando
o regime da cidade se afirmou.
Na época clássica, em Atenas, as mulheres não participavam
da vida social, exceto dos funerais e cultos públicos. As jovens se casavam,
aos 14 anos, com o escolhido pelo pai, e este tinha poderes para romper a
união. O papel da mulher limitava-se essencialmente a procriar, e a educação
dos filhos, passada a infância, era assunto para os homens.
Do ponto de vista patrimonial,a inferioridade da mulher era
evidente: ela só recebia parte do patrimônio paterno como dote (que ficava com
o marido) e não tinha direito à herança do pai. No mundo dório (Esparta,
Gortina), a mulher tinha mais liberdade. Dispunha de certa autoridade sobre os
filhos e sua condição jurídica não era objeto de discriminação. (Eva
Cantarella)
* Roma. O direito romano considerava as mulheres em relação
a sua filiação e ao direito de sucessão dos cidadãos. Do ponto de vista
patrimonial, as mulheres tinham direitos importantes: filhas e irmãs podiam
herdar tanto quanto filhos e irmãos, exceto quando existisse um testamento
decidindo de outra forma.
Desde a República, mas sobretudo a partir de Augusto, duas
categorias de mulheres foram distinguidas, segundo uma demarcação ao mesmo
tempo social e moral. As que eram destinadas a um casamento legítimo ou
concubinato honroso (escravas alforriadas com seus patrões) e as que eram
acessíveis a todos os homens. (Joëlle Beaucamp)
* Egito. A mitologia é a melhor demonstração do equilíbrio
masculino-feminino no pensamento egípcio, com seus deuses e deusas. No mundo
real, o máximo de status que uma mulher podia atingir era a realeza. O rei era
rodeado por mulheres: amas-de-leite, escançãs [funcionários que serviam vinho
ao rei] ou concubinas.
No mundo sacerdotal, as mulheres exerciam diversas funções.
Muitos centros de culto possuíam um clero feminino importante (da simples
cantora à superior do harém divino), como em Karnak. (Agnès Cabrol)
* Mesopotâmia. Mesmo nascendo livre, a mulher tinha sempre
um proprietário. Primeiro, o pai. Depois, o marido ou seu deus, se entrasse
para a religião. Algumas rainhas tiveram um papel político importante,
assumindo o poder interinamente quando o rei partia em campanhas militares, ou
assegurando a sucessão do trono no caso de morte do soberano. A mulher tinha
acesso à cultura, e chegaram a existir mulheres médicas ou escribas. Mesmo
ocupando a mais baixa escala social, a mulher escrava podia escapar da servidão
caso se tornasse concubina. (André Finet)
In: BETING, Graziella. Coleção história de A a Z: [volume]
1: antiguidade. Rio de Janeiro, Duetto, 2009. p. 23.
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