Príncipe Maximiliano
Oficial hussardo mais afeito às plantas e aos animais do que às armas, o príncipe alemão Maximilian von Wied esteve no Brasil de junho de 1815 a maio de 1817. Embora sua jornada, terrestre e fluvial, do Rio à Bahia, não tenha sido tão duradoura nem tão ampla se comparada às de outros viajantes, a quantidade de informações que o príncipe conseguiu coletar é impressionante. [...] O príncipe viajou com o botânico Friedrich Sellow e o ornitologista Freyreiss: juntos, os três sábios fizeram a primeira expedição realmente científica ao Brasil, realizada sob a influência do barão Von Humboldt [...].
Maximilian Alexander Philip von Wied-Neuvied era filho, neto, bisneto, tio e irmão de soldados. General-de-divisão do Exército alemão, ganhou a Cruz de Ferro em campo de batalha e entrou em Paris, depois da derrota de Napoleão, em companhia de Frederico Guilherme III, da Prússia. Tão logo pôde, trocou as batalhas pelas viagens científicas. No Brasil, sob o pseudônimo de Max von Braunsberg, percorreu a mata costeira do litoral leste do Rio, Espírito Santo, norte de Minas e sul da Bahia. Embora o legado zoológico, botânico e linguístico da expedição de Maximiliano seja grandioso, sua maior contribuição foi etnográfica. Os estudos que o príncipe fez dos Puri, Botucudo e Pataxó foram pioneiros e inovadores. Maximiliano ligou-se aos Botucudo, que eternizou na aquarela Luta entre Botucudos. O príncipe virou grande amigo do Botucudo Quack e levou-o para a Europa. Morreu em 1867, em Neuwied, aos 85 anos, tão enamorado de borboletas, índios, áravores e plumas, fósseis e crânios como nas primeiras décadas de sua existência movimentada e intensa.
BUENO, Eduardo. Brasil: uma história. São Paulo: Ática, 2005. p. 149-150.
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