Derrubada de uma floresta, Rugendas
A magnitude do trabalho de Johann Moritz Rugendas só encontra paralelo, no Brasil, na obra de Jean-Baptiste Debret. As semelhanças não são apenas históricas, mas estéticas: há grande similaridade estilísticas e conceitual entre o suntuoso registro visual que Rugendas e Debret legaram ao Brasil. Eles estiveram na colônia na mesma época, conheceram-se e trocaram ideias e desenhos. Rugendas, filho de artistas, nasceu na Alemanha em 20 de março de 1802. Veio para o Brasil com Langsdorff em 1822. Brigou com o barão, desligou-se da expedição e foi substituído por Adrien Taunay e Hercule Florence. Mas Rugendas ficou no Brasil até 1825, quando encontrou Debret. Seu esplêndido livro, lançado em francês e alemão, intitulado Voyage pittoresque dans le Brésil ou Malerish reise in Brasilien, saiu entre 1827 e 1835. Não era um livro como o dos demais viajantes: o texto (que não foi escrito por Rugendas, mas pelo jornalista V. H. Huber) é mero comentário sobre cem pranchas selecionadas. Os desenhos de Rugendas falam por si: sua visão da natureza do Brasil, seus índios e suas cidades compõem um conjunto orgânico, cosmogênico e transcendente que revela o nascimento de uma nação. Rugendas voltou à América do Sul entre 1831 e 1847, visitando novamente o Brasil. Morreu na Baviera, em maio de 1858.
BUENO, Eduardo. Brasil: uma história. São Paulo: Ática, 2005. p. 153.
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