Placa cuneiforme com inscrição matemática
O homem da Mesopotâmia fez avanços impressionantes na matemática. Criou as tábuas de multiplicação e divisão, inclusive de raízes cúbicas e cubos. Determinou a área de triângulos retângulos e dos quadriláteros regulares, dividiu o círculo em 360 graus e chegou a ter alguma compreensão dos princípios que, séculos mais tarde, viriam a se desenvolver no teorema de Pitágoras e nas equações de segundo grau. Porém, apesar de suas contribuições fundamentais à matemática, os babilônios fizeram poucos progressos no âmbito da formulação de teorias; não deduziram princípios gerais nem procuraram demonstrar as suas operações matemáticas.
Observando com cuidado e exatidão as posições dos planetas e das constelações, os babilônios deram os primeiros passos para a criação da ciência da astronomia e desenvolveram um calendário baseado nos ciclos da lua. Como na matemática, porém, não formularam teorias para coordenar e esclarecer seus dados. E como poderiam fazê-lo, se acreditavam que a posição das estrelas e dos planetas revelava a vontade dos deuses? Os astrônomos não observavam os céus para encontrar as chamadas relações de causa e efeito entre os fenômenos, mas sim para descobrir o que desejavam os deuses. Com esse conhecimento, os babilônios podiam organizar suas vidas política, social e moral de acordo com os mandamentos divinos e, assim, fugir às terríveis consequências que, segundo acreditavam, resultavam do desconhecimento da vontade dos deuses.
Coerentes com a sua visão religiosa do mundo, os homens da Mesopotâmia achavam que as doenças eram causadas pelos deuses ou pelos demônios. Para curar um paciente, os sacerdotes-médicos recorriam à magia; por meio de orações e sacrifícios, procuravam apaziguar os deuses e expulsar os demônios do corpo enfermo. Não obstante, as identificar as enfermidades e prescrever remédios adequados, os babilônios demonstraram algum conhecimento exato da medicina e da farmacologia.
PERRY, Marvin. Civilização ocidental: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2002. p. 13.
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