"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A cultura moche

Vaso de característica erótica. A temática sexual foi representada  ao longo de toda a civilização andina e, mais particularmente, na sociedade moche, onde adquire uma grande diversidade de representações. Os atos sexuais são associados aos ritos de fertilidade e de procriação, assim como o calendário cerimonial andino. 500 a.C.

A cultura moche ou mochica se expandiu, entre 200 a.C. e 700 a.C., na costa setentrional do Peru. As águas piscosas do oceano Pacífico e uma agricultura intensiva permitiram manter centros administrativos, econômicos e cerimoniais complexos, onde residia uma sociedade muito hierarquizada, dominada por uma aristocracia teocrática e guerreira próspera.

O degolador. Esse painel pintado, em relevo, da huaca da Lua, representa o Degolador Aranha, uma das maiores divindades dos moches. Após ter capturado sua presa, a aranha a esvazia de sua substância. Por analogia, o guerreiro moche captura seu inimigo e o sacrifica, bebendo seu sangue. Huaca da Lua, Trujilo.


Perto de 25 sítios, possuindo cada um pelo menos uma pirâmide, foram recenseados. Os edifícios mais notáveis são as huacas do Sol e da Lua, construídas perto de Trujillo. A huaca do Sol é uma enorme pirâmide em degraus, constituída de dezenas de milhões de abodes em forma de paralelepípedos justapostos em grandes colunas, que fazem dela o maior monumento de tijolo cru jamais erguido no mundo. A maioria dessas pirâmides (huaca do Sol, El Brujo, Sipán) encerram sepulturas, com frequência muito ricas (panán) e pinturas murais representando divindades do panteão moche ou cenas de sacrifícios humanos. Os moches inventaram também novas técnicas metalúrgicas e produziram uma cerâmica com decorações inspiradas em cenas extraídas da mitologia e da vida cotidiana ou representações eróticas de caráter ritual.

SALLES, Catherine. (dir.) Larousse das civilizações antigas: das Bacanais a Ravena. São Paulo: Larousse, 2008. p. 310.

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