Vaso de característica erótica. A temática sexual foi representada ao longo de toda a civilização andina e, mais particularmente, na sociedade moche, onde adquire uma grande diversidade de representações. Os atos sexuais são associados aos ritos de fertilidade e de procriação, assim como o calendário cerimonial andino. 500 a.C.
A cultura moche ou mochica se expandiu, entre 200 a .C. e 700 a .C., na costa
setentrional do Peru. As águas piscosas do oceano Pacífico e uma agricultura
intensiva permitiram manter centros administrativos, econômicos e cerimoniais
complexos, onde residia uma sociedade muito hierarquizada, dominada por uma
aristocracia teocrática e guerreira próspera.
O degolador. Esse painel pintado, em relevo, da huaca da Lua, representa o Degolador Aranha, uma das maiores divindades dos moches. Após ter capturado sua presa, a aranha a esvazia de sua substância. Por analogia, o guerreiro moche captura seu inimigo e o sacrifica, bebendo seu sangue. Huaca da Lua, Trujilo.
Perto de 25 sítios, possuindo cada um pelo menos uma
pirâmide, foram recenseados. Os edifícios mais notáveis são as huacas do Sol e
da Lua, construídas perto de Trujillo. A huaca do Sol é uma enorme pirâmide em
degraus, constituída de dezenas de milhões de abodes em forma de
paralelepípedos justapostos em grandes colunas, que fazem dela o maior
monumento de tijolo cru jamais erguido no mundo. A maioria dessas pirâmides
(huaca do Sol, El Brujo, Sipán) encerram sepulturas, com frequência muito ricas
(panán) e pinturas murais representando divindades do panteão moche ou cenas de
sacrifícios humanos. Os moches inventaram também novas técnicas metalúrgicas e
produziram uma cerâmica com decorações inspiradas em cenas extraídas da
mitologia e da vida cotidiana ou representações eróticas de caráter ritual.
SALLES, Catherine. (dir.) Larousse das civilizações antigas: das Bacanais a Ravena. São Paulo: Larousse, 2008. p. 310.
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