مسلم الإمبراطورية
[Expansão política] O mundo muçulmano foi, originariamente, árabe. Durante a Antiguidade, a Arábia não fez parte do contexto mediterrâneo, mas ligava-se aos grandes centros políticos e econômicos por meio do comércio e confrontava-se tanto com o Império Romano como com a Pérsia.
Após a conversão islâmica, o mundo árabe expandiu-se em direção ao Mediterrâneo, defrontando-se com o Império Bizantino e dominando a região sírio-palestina e o norte da África; ocupou quase toda a península Ibérica; e, em direção ao Oriente, absorveu o Império Persa-Sassânida, atingindo a Índia e o Extremo Oriente.
"À medida que o tempo passou e os ensinamentos do Corão foram coligidos, o "povo do livro" ganhou permissão de manter sua própria religião - e evitar o serviço militar -, contanto que pagassem um tributo, ou seja, um imposto anual. Povo do livro significava judeus, cristãos e quaisquer outros que tivessem um livro sagrado revelado por Deus antes do livro sagrado definitivo, o Corão. Quanto aos "pagãos", contudo, o negócio era diferente. Para alguns, a consequência da conquista era a escravidão. (A perspectiva de adquirir escravos era outro forte incentivo para os que embarcavam em uma jihad.) Mas para muitos a escolha era conversão imediata ou morte imediata". (AYDON, Cyril. A história do homem: uma introdução a 150 mil anos de história humana. Rio de Janeiro: Record, 2011. p. 135)
"À medida que o tempo passou e os ensinamentos do Corão foram coligidos, o "povo do livro" ganhou permissão de manter sua própria religião - e evitar o serviço militar -, contanto que pagassem um tributo, ou seja, um imposto anual. Povo do livro significava judeus, cristãos e quaisquer outros que tivessem um livro sagrado revelado por Deus antes do livro sagrado definitivo, o Corão. Quanto aos "pagãos", contudo, o negócio era diferente. Para alguns, a consequência da conquista era a escravidão. (A perspectiva de adquirir escravos era outro forte incentivo para os que embarcavam em uma jihad.) Mas para muitos a escolha era conversão imediata ou morte imediata". (AYDON, Cyril. A história do homem: uma introdução a 150 mil anos de história humana. Rio de Janeiro: Record, 2011. p. 135)
Na formação do Império Muçulmano podem ser reconhecidas duas grandes etapas a partir de sua origem no século VII: predomínio dos árabes, até o século XI, e grande diversificação étnica com domínio dos turcos, do século XI ao XV.
Minarete em espiral, Samarra, Iraque
[Império Muçulmano na fase final da Idade Média] O período abássida (séculos VIII a XI) representou, de um lado, a criação de um Império Islâmico em escala mundial, em confronto com o mundo cristão bizantino e europeu, e, de outro, a divisão desse império em três grandes blocos: o oriental, com sede em Bagdá, estendendo-se até o Egito e a Síria; o norte-africano (Itriguia e Magreb); e o europeu, representado pela Espanha.
Jogo de pólo, ilustração do poema Guy u Chawgan, Shah Mahmud
- Avanço turco. Os turcos entraram no império quando os califas abássidas os recrutaram, como mercenários, para formar sua guarda pessoal.
No início do século XI formou-se uma poderosa confederação de tribos turcas chamadas seldjúcidas. Convertidas ao islamismo, elas encetaram nova guerra santa, estabelecendo seu poderio sobre as cidades asiáticas. Em 1055, impuseram seu protetorado ao califa de Bagdá e passaram a dirigir o império. O califa, guardando apenas a autoridade moral e religiosa, tornou-se dependente de um chefe turco, o sultão, que passou a controlar o Estado. Consagrou-se, assim, a separação entre o poder espiritual e o político.
O domínio seldjúcida alastrou-se por todo o Império Muçulmano. Em 1092, porém, os filhos do sultão repartiram o império, dando origem a três reinos, quase sempre hostis: a Pérsia (mais tarde Irã), a Anatólia (depois Turquia), que compreendia a Ásia Menor e a Armênia e a Síria.
Jovem conversando com pretendentes, pintura da obra "Um pai aconselha seu filho sobre o amor".
- Os otomanos e a consolidação muçulmana. O domínio mais importante, porém, foi o dos turcos que formavam um dos pequenos principados em que se dividiu a Anatólia, O primeiro chefe da região a se tornar conhecido foi Osman, ou Otman - daí o nome otomano, pelo qual esse grupo foi designado.
A conquista otomana estendeu-se por todo o Oriente Próximo, do final do século XIV à metade do século XV, quando foi tomada a capital bizantina, Constantinopla, em 1453.
A conquista de Constantinopla e a consequente destruição do Império Bizantino deixaram o Mediterrâneo livre para a ação dos otomanos, que dominaram a Síria e a Palestina, estabeleceram redutos no Magreb (por meio da pirataria) e ameaçaram a Europa cristã, chegando por diversas vezes às portas de Viena.
O domínio turco representou a consolidação do mundo muçulmano diante do mundo cristão. Encerrado no Mediterrâneo, o conflito entre muçulmanos e cristãos irrompeu, violentamente, na época Moderna, no oceano Índico, onde, mais do que pela fé, se lutava pelo domínio do rico comércio oriental.
Dois amantes, Riza i-Abbasi
[Vida socioeconômica] A maioria da população muçulmana vivia da agricultura e da pecuária. A situação dos camponeses, porém, piorou quando os mercadores ricos e influentes adquiriram terras, exploraram a mão-de-obra rural e substituíram-nos por escravos importados da África Negra, provocando resistências e revoltas.
A grande atividade econômica do império, no entanto, foi o comércio. O centro comercial muçulmano era o golfo Pérsico, polarizado por Bagdá. Passando pela Índia, os mercadores atingiram o Ceilão e a China. E, partindo do norte da península Arábica (atual Iraque), as caravanas seguiam tanto em direção à Ásia Central quanto em direção à região sírio-palestina, aos territórios bizantinos e ao Egito. Com a conquista de Creta e da Sicília, o Mediterrâneo (centro do comércio mundial) passou para o controle árabe.
"Artigos de luxo, transportados em embarcações ou caravanas de mercadores, passaram a circular mais intensamente, sobretudo através do Mediterrâneo. Tapetes, veludos, sedas, porcelanas, perfumes, jóias, armas cinzeladas, vasos de vidro e de metais (cobre, prata, ouro etc.), objetos de couro, móveis trabalhados, tecidos de algodão e musselina, objetos de marfim e inúmeras mercadorias, inclusive de origem vegetal - como as especiarias - eram cada vez mais procuradas pelos aristocratas da Europa, África e Ásia". (AQUINO, Rubim Santos Leão de et alli. História das sociedades: das comunidades primitivas às sociedades medievais. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2008. p. 478)
"Artigos de luxo, transportados em embarcações ou caravanas de mercadores, passaram a circular mais intensamente, sobretudo através do Mediterrâneo. Tapetes, veludos, sedas, porcelanas, perfumes, jóias, armas cinzeladas, vasos de vidro e de metais (cobre, prata, ouro etc.), objetos de couro, móveis trabalhados, tecidos de algodão e musselina, objetos de marfim e inúmeras mercadorias, inclusive de origem vegetal - como as especiarias - eram cada vez mais procuradas pelos aristocratas da Europa, África e Ásia". (AQUINO, Rubim Santos Leão de et alli. História das sociedades: das comunidades primitivas às sociedades medievais. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2008. p. 478)
O desenvolvimento mercantil acarretou o crescimento das manufaturas e do comércio realizado com dinheiro (finanças). As condições econômicas davam às cidades prevalência sobre o campo. A civilização muçulmana foi, durante o chamado período medieval, eminentemente urbana.
[Vida intelectual e artística] A expansão da cultura muçulmana (do século VIII ao XI) deveu-se sobretudo à difusão da língua árabe, que substituiu o grego e o siríaco, tornando-se, assim, ao lado da religião, um elo em meio à diversidade muçulmana.
"[...] Ao contrário dos cristãos da Idade Média, que deixaram a leitura das escrituras para os padres e os monges, os muçulmanos enfatizavam que todos podiam e deviam ler o Corão. Desta forma, muitos muçulmanos precisaram aprender a ler. Como o livro sagrado era uma obrigação, o mundo islâmico se transformou em uma cultura de aprendizado e intelectualidade". (HAUGEN, Peter. História do mundo para leigos. Rio de Janeiro: Alta Books, 2011. p. 92)
Caravana de peregrinos em Ramleh, Yahyâ ibn Mahmûd
al-Wâsitî
"[...] Ao contrário dos cristãos da Idade Média, que deixaram a leitura das escrituras para os padres e os monges, os muçulmanos enfatizavam que todos podiam e deviam ler o Corão. Desta forma, muitos muçulmanos precisaram aprender a ler. Como o livro sagrado era uma obrigação, o mundo islâmico se transformou em uma cultura de aprendizado e intelectualidade". (HAUGEN, Peter. História do mundo para leigos. Rio de Janeiro: Alta Books, 2011. p. 92)
Mulheres tocando instrumentos musicais, miniatura otomana
O emprego do árabe permitiu a fixação e a preservação de obras antigas, principalmente gregas e persas. Mas houve também a produção de uma cultura árabe original. Na filosofia podem ser destacados al-Kandi, al-Faribi e Ibu Sina, conhecido no Ocidente pelo nome de Avicena e considerado um dos mais importantes pensadores medievais. A medicina, a astronomia, a matemática, a geografia, sobretudo a cartografia, e a história foram destacados campos de elaboração cultural muçulmana.
"[...] As línguas europeias também guardam a marca da civilização árabe. Palavras como "zero", "cifra" ou "álgebra" são de origem árabe; também na música ("cítara", "guitarra" e "alaúde") e muitos termos comerciais ("tarifa", e as palavras francesas douanne para alfândega e magazin para loja) são todos de origem árabe". (ROBERTS, J. M. O livro de ouro da história do mundo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001. p. 273)
Ilustração de "As mil e uma noites", Sani ol-Molk
A arquitetura, nas principais cidades do império - como Bagdá, Damasco, Sevilha e Córdoba -, encontrou sua maior expressão nos palácios, nas mesquitas e nas residências dos grandes senhores.
Habilidade de
Bahram Gur com o arco, Maulana
Azhar
AQUINO, Rubim Santos Leão de et alli. História das sociedades: das comunidades primitivas às sociedades medievais. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2008.
AYDON, Cyril. A história do homem: uma introdução a 150 mil anos de história humana. Rio de Janeiro: Record, 2011.
HAUGEN, Peter. História do mundo para leigos. Rio de Janeiro: Alta Books, 2011.
NEVES, Joana. História Geral - A construção de um mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 210-214.
ROBERTS, J. M. O livro de ouro da história do mundo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
HAUGEN, Peter. História do mundo para leigos. Rio de Janeiro: Alta Books, 2011.
NEVES, Joana. História Geral - A construção de um mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 210-214.
ROBERTS, J. M. O livro de ouro da história do mundo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
muito bom
ResponderExcluirObrigado Vitor. Abraço.
Excluirótimo adorei po melhor trabalho que encontrei até hoje
ResponderExcluirObrigado Vitor. Abraço.
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