Na primeira metade do século XIX, a febre da arqueologia leva a escavações que desenterraram pirâmides, tumbas e cidades inteiras, como Nínive ou Troia. Antigas linguagens são decifradas, nomes como os de Lepsius ou Champollion tornam-se populares no meio científico internacional. Simultaneamente, pesquisas paleontológicas alcançam resultados inesperados: gigantescos répteis do Jurássico dão as caras como fósseis e os seres humanos descobrem terem tido uma autêntica pré-história, repartida em Idades, até Darwin dar o golpe de misericórdia com as suas teorias.
Viagem do HMS Beagle nas costas da América do Sul, Conrad Martens. Darwin teorizou sobre a geologia e a extinção de mamíferos gigantes
Há ainda alguém que pense que somos o centro do universo?
Datas
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Paleontólogos e arqueólogos
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1818
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A entrada da pirâmide de Quéfren,
no Egito, é encontrada por Giovanni Battista Bolzoni, explorador e arqueólogo
italiano, que nos anos anteriores redescobriria, sob as areias do deserto,
tumbas, templos e cidades do Antigo Egito.
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1822
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O britânico Gideon Mantell
encontra na floresta Tilgate, no sul da Inglaterra, dentes fossilizados de um
enorme réptil herbívoro, que batizará de Iguanodonte (dente de iguana) três
anos depois. Era o primeiro dinossauro identificado.
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1824
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* Outro pesquisador britânico,
o geólogo William Buckland, identifica um fóssil de maxilar de réptil carnívoro
extinto, e denomina o animal de Megalosaurus.
* Fragmento de uma estela maior,
a assim chamada “Pedra de Roseta (do nome do sítio arqueológico egípcio onde
foi encontrada 25 anos antes) é decifrada pelo linguista e egiptólogo francês
Jean-François Champollion. A interpretação de seus dizeres (um decreto do rei
Ptolomeu V, do século II a.C., sobre o culto divino do soberano) abre as
portas para a compreensão dos caracteres hieroglíficos do Antigo Egito.
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1830
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Combatendo o catastrofismo, que
ligava as modificações terrestres a repetidas catástrofes acontecidas no
espaço de uma história da Terra relativamente breve, segundo uma cronologia
derivada da Bíblia, o geólogo escocês Charles Lyell sustenta a teoria do
uniformitarismo, pela qual os eventos geológicos resultaram, e resultam, de
processos lentos e graduais, a partir de leis naturais constantes. As ciências
começam assim a superar os estreitos limites da cronologia bíblica.
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1836
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São publicados os resultados de
anos de estudos sobre artefatos humanos pré-históricos realizados pelo arqueólogo
Christian Jürgensen Thomsen, diretor do Museu Nacional de Dinamarca. A ele se
deve a proposta do sistema das três idades (Idade da Pedra, do Bronze e do
Ferro) para a sua classificação.
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1838
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O orientalista britânico Henry
Rawlinson interpreta e traduz a inscrição de Behistun, em persa antigo. A
inscrição, de
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1842
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Richard Owen, paleontólogo inglês, é o primeiro a usar o
termo genérico dinossauro para a identificação destes enormes répteis pré-históricos.
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1843
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Cônsul em Mossul, no Império Otomano, o francês Paul Émile
Botta começa a realizar escavações que lhe permitirão em breve a identificação
da antiga cidade de Nínive, capital do Império assírio.
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1844
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A descoberta, no vale do rio
Somme, na França, de utensílios em pedra no mesmo local em que se encontravam
restos de animais extintos leva a aceitação definitiva da existência de seres
humanos “primitivos”. A autoria do achado é do francês Jacques Boucher de Crèvecouer
de Perthes.
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1845
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Regressa a Europa, após três
anos de explorações e escavações no Egito, o lingüista e arqueólogo alemão
Karl Lepsius. Os 15 mil artefatos que levou para Berlim lhe permitiram
escrever uma obra em 12 volumes sobre sua viagem.
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1859
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O naturalista britânico Charles Darwin publica em Londres
sua obra A origem das espécies:
suas teorias sobre a evolução e a seleção natural oferecem uma releitura da
história do homem e da natureza sem a tradicional ênfase antropocêntrica.
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1873
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Após anos de buscas e estudos,
o arqueólogo alemão Heinrich Schliemann identifica, em suas escavações na
região da Anatólia, a mítica cidade de Troia, celebrizada pela literatura de
Homero. Entre outros vestígios, encontra também o que acredita ser o famoso
tesouro do Rei Príamo.
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SCORRONE, Marcello. No tempo de
Peter Lund... paleontólogos e arqueólogos investigando o planeta. In: Revista de História da Biblioteca Nacional.
Ano 9 / nº 99 / Dezembro 2013. p. 68-69.
NOTA: O texto "Investigações paleontológicas e arqueológicas no século XIX" não representa, necessariamente, o
pensamento deste blog. Foi publicado com o objetivo de refletirmos sobre a
construção do conhecimento histórico.
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