Os toltecas, tribos nahuas do norte, penetraram na Mesoamérica e construíram, no ano 908, um Estado que tinha por capital Colhuacán. Depois de um agitado período de convulsões internas, após o assassinato do soberano Mixcáatl (947), seu filho Topiltzin é confirmado como novo rei-sacerdote, estabelecendo-se na cidade de Tula, ou "cidade das canas", adotando o título de Quetzalcoatl.
Os atlantes de Tula
Foto: Cesarth
Topiltzin-Quetzalcoatl assumiu a tarefa de levar ao seu povo os princípios clássicos da civilização teotihuacana. Melhorou os costumes guerreiros de seu povo, reformou a religião, eliminando ritos sangrentos, e aumentou a produção agrícola da região. Nessa tarefa enfrentou os adoradores da antiga divindade tolteca, Tezcatlipoca.
A luta que se estabeleceu, segundo a tradição, entre o novo e o velho terminou com a vitória desse último grupo. O jovem rei se dirigiu para a península de Yucatán (região maia), onde o encontramos com o nome de Kukulcán. Foi o introdutor das ideias teotihuacanas entre os maias, um grande reformador dos costumes e da organização sócio-econômica e política [...].
Em 1194, o Estado tolteca estava chegando ao fim, debilitado por lutas internas e pela destruição de Tula, conseguida por uma nova invasão de tribos nahuas. Chamados "os artífices" ou "os civilizados" pelos astecas, os toltecas introduziram os metais na Mesoamérica. Quase todos os deuses da Confederação Asteca fizeram aqui sua aparição.
Com a destruição de Tula e a desarticulação do Estado tolteca provocada pela invasão de tribos nahuas chichimecas, começou na Mesoamérica um período de instabilidade que durou aproximadamente 250 anos, só terminando com a presença dos astecas.
Seguir a história das invasões chichimecas é seguir a história de cada tribo, de cada cidade destruída, dos múltiplos e efêmeros Estados que se destruíram mutuamente. Tomemos um exemplo do final do período. Em 1348 a cidade chichimeca de Atzacapotzalco, no vale do México, destruiu a cidade rival de Colhuacán, da tribo colhuas, uma das quais é sua antiga tributária, Tenochititlán, capital dos astecas, da tribo mexica.
PEREGALLI, Enrique. A América que os europeus encontraram. São Paulo: Atual, 2011. p. 21-22.
NOTA: O texto "Os toltecas e chichimecas" não representa, necessariamente, o pensamento deste blog. Foi publicado com o objetivo de refletirmos sobre a construção do conhecimento histórico.
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