Eros e um jovem. Ca. 460-450
a .C., Penthesilea.
Foto: Marie-Lan Nguyen
Apolo. Ca. 460 a.C.
Foto: Fingalo
Em uma onda de criatividade que durou trezentos anos, entre 500 a.C. e 200 a.C., essas cidades gregas em torno do Mediterrâneo criaram obras-primas nas artes, na arquitetura e na literatura que até hoje nos deixam sem fôlego. Elas produziram inúmeros gênios - entre eles Arquimedes, Aristóteles, Pitágoras - cujos trabalhos em mecânica, matemática, astronomia e história natural lançaram as bases para as ciências modernas. E inventaram uma abordagem do argumento lógico e da inquirição filosófica que se tornaria tão dominante que a maioria de nós nem sequer tem consciência de que ela foi inventada, e acha que é apenas o modo normal de pensar sobre as coisas.
Julgamento de Paris. Ca. 465-460 a .C., Penthesilea.
Foto: Marie-Lan Nguyen
Como seria de se esperar, foi na mais populosa dessas cidades-Estado - Atenas - que a luz da civilização brilhou com mais força. E foi lá que um experimento notável em vivência comunitária - a prática da democracia - efetivou-se pela primeira vez. Em 507 a.C., o chefe dos magistrados, Clístenes, decidido a limitar a influência das famílias nobres na condução da gestão pública, "firmou uma parceria com o povo". Os direitos e deveres públicos dali por diante não se baseavam mais na família ou no clã, mas na participação em uma deme, ou municipalidade, que mantinha o próprio registro de cidadãos; e elegia não só seus representantes, mas também uma proporção do conselho de quinhentos membros, que supervisionava os negócios da polis. Todo cidadão (ou seja, todo homem adulto e livre) tinha ainda o direito de comparecer - e votar - à assembleia, que se reunia na própria cidade.
[...]
AYDON, Cyril. A história do homem: uma introdução a 150 mil anos de história humana. Rio de Janeiro, 2011. p. 92-93.
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