"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

domingo, 1 de janeiro de 2012

Quem roubou o quê? Tempo e espaço

Desde o início do século XIX, a construção da história do mundo tem sido controlada pela Europa ocidental, que registrou sua presença no resto do mundo como resultado da conquista colonial e da Revolução Industrial. Também os chineses, os indus e os árabes construíram suas histórias mundiais, por sinal com o mesmo caráter parcial [...]. De fato, poucas culturas estabelecem um vínculo entre o seu próprio passado com o passado das outras civilizações. [...] O que caracteriza a postura europeia, assim como a de sociedades mais simples, é a tendência de impor a própria história ao mundo. Essa tendência etnocêntrica é extensão de um impulso egocêntrico na base de grande parte da percepção humana e se realiza pelo domínio de fato de muitas partes do mundo. [...]

É necessário um pensamento mais crítico para combater o inevitável caráter etnocêntrico em qualquer tentativa de descrever o passado ou o presente do mundo. Isso significa, primeiramente, ser cético quanto à pretensão ocidental de ter inventado atividades e valores como democracia ou liberdade. Em segundo lugar, significa olhar para a história a partir da base e não de cima para baixo (ou do presente). Em terceiro lugar, dar o peso adequado ao passado não europeu. Em quarto, é necessária a consciência de que até mesmo a espinha dorsal da historiografia - a localização dos fatos no tempo  e espaço - é variável, objeto de construção social, por isso, sujeita a mudança. Portanto, não se trata de categorias imutáveis que emanam do mundo na forma como são apresentadas na consciência historiográfica ocidental.

As dimensões atuais de tempo e espaço foram estabelecidas pelo Ocidente. Isso porque a expansão através do mundo requereu controle temporal e mapas que emolduraram a história, tanto quanto a geografia. É claro que todas as sociedades têm alguns conceitos de espaço e tempo, em torno dos quais organizam seus cotidianos. Esses conceitos tornaram-se mais elaborados (e mais precisos) com o advento da leitura e da escrita, que proveu a capacidade para precisar ambas as dimensões. Foi a invenção da escrita na Eurásia que deu, para a maioria de suas sociedades, vantagens consideráveis, em comparação com a África oral, por exemplo, no cálculo do tempo ou na criação e desenvolvimento de mapas e não alguma verdade inerente à maneira de o mundo estar organizado em termos de espaço e tempo.

* Tempo. O tempo nas culturas orais era contado de acordo com fenômenos naturais: a progressão diária do sol, sua posição na esfera espacial, as fases da lua, o transcorrer das quatro estações. Faltava a contagem numérica da passagem dos anos. Isso requeria a noção de um ponto de partida fixo, em uma era. Essa contagem veio somente com a escrita.

O cálculo preciso do tempo, no passado e no presente, também foi apropriado no Ocidente. As datas as quais a história depende são medidas antes e depois do nascimento de Cristo (a.C. e d.C. ou a.e.c. e e.c. para sermos mais corretos). O reconhecimento de outras eras, relativas à Hégira, aos hebreus ou ao ano novo chinês, está relegado às margens da historiografia acadêmica e do uso internacional. Um aspecto desse roubo do tempo foi certamente as concepções de século e milênio propriamente ditas, de novo, concepções de culturas escritas. [...]

A monopolização do tempo não ocorre somente com a era que tudo inclui, definida pelo nascimento de Cristo, mas também com a contagem cotidiana de anos, meses e semanas. O ano, propriamente dito, é uma divisão parcialmente arbitrária. Nós usamos o ciclo sideral (calendário solar), outros usam uma sequência de 12 períodos lunares. É uma escolha mais ou menos convencional. Em ambos os sistemas, o início do ano, isto é, o Ano Novo, é absolutamente arbitrário. Não há, de fato, mais "lógica" no ano sideral, adotado pelos europeus, que na contagem lunar dos países islâmicos e budistas. O mesmo acontece com a divisão europeia dos meses. A escolha é entre anos arbitrários ou meses arbitrários. Nossos meses têm pouco a ver com a lua, enquanto os meses lunares do Islã são definitivamente mais lógicos. Há um problema para todo sistema calendárico de integrar anos estelares ou sazonais com meses lunares. No islamismo, o ano é ajustado aos meses; no cristianismo acontece o contrário. Nas culturas orais, tanto a contagem sazonal quanto a lunar podem operar independentemente, mas a escrita impõe certo compromisso.

A semana de sete dias é a unidade mais arbitrária de todas. Na África, pode-se encontrar o equivalente à semana de três, quatro, cinco ou seis dias, com seus mercados correspondentes. Na China eram dez dias. As sociedades sentiram necessidade de uma divisão padrão menor do que o mês para marcar o cotidiano dos mercados locais, distintos das feiras anuais. A duração dessas unidades é completamente convencional. A noção de um dia e uma noite corresponde claramente à nossa experiência diária. Entretanto, a divisão suplementar em horas e minutos, em nossos relógios e nossas mentes, é arbitrária.

As diferentes formas de calcular o tempo nas sociedades com escrita tinham uma estrutura religiosa, usando como ponto de referência a vida do profeta, do redentor, ou a criação do mundo. Esses pontos de referência mantiveram-se relevantes, e os do cristianismo - resultado das conquistas, colonização e dominação do mundo não somente para o Ocidente, como também para o mundo -, a semana de sete dias, o domingo de descanso, os feriados de Natal, Páscoa, Dia das Bruxas, são agora internacionais. Isso aconteceu apesar de, em muitos contextos, no Ocidente, haver se propagado um conceito secular - a desmistificação do mundo, segundo Weber, a rejeição da mágica, segundo Frazer - que agora afeta grande parte do mundo globalizado.

A continuada relevância da religião na vida cotidiana é frequentemente incompreendida tanto por observadores como por participantes. Muitos europeus enxergam suas sociedades como seculares e suas instituições como não discriminatórias de um credo ou de outro. O véu muçulmano  e a quipá dos judeus podem ser permitidos ou não nas escolas; serviços religiosos livres são a regra; o estudo das religiões tenta ser comparativo. Nas ciências, nós pensamos na liberdade de questionar o mundo e tudo o que ele contém como condição de existência. Religiões como o islamismo, por outro lado, são muitas vezes criticadas por deterem as fronteiras do conhecimento, embora tenham uma tendência racionalista. Até o momento, a mais avançada economia do mundo, em termos científicos e econômicos, é fortemente marcada por uma religião fundamentalista e uma profunda ligação com o seu calendário religioso.

Modelos religiosos de construção do mundo permeiam todos os aspectos do pensamento e em tal extensão que, mesmo tendo sido abandonados, seus traços continuam a determinar nossa concepção de mundo. Categorias espaciais e temporais, originadas de narrativas religiosas, são de tal forma fundamentais e disseminadas como determinantes para nossa interação com o mundo, que nós tendemos a esquecer sua natureza convencional. [...]

Voltando às medidas do tempo, os relógios, exclusivos das sociedades letradas, foram obviamente uma contribuição importante. Eles existiam no mundo antigo na forma de relógios de sol e de água. Monges medievais usavam velas para registrar a passagem das horas. Dispositivos mecânicos complexos já haviam sido usados na China. Mas a invenção do relógio mecânico, que faz o tique-taque, foi uma descoberta europeia do século XIV. [...] Relógios mecânicos, que, para alguns filósofos, se tornaram o modelo de organização do universo, foram no final incorporados em relógios portáteis, o que facilitaria a consulta individual. Isso também levou tais filósofos a desprezar povos e culturas que obedeciam ao "tempo africano" e não conseguiam se adaptar à demanda do emprego regular em fábricas e nas organizações de larga escala. Eles não estavam preparados para a "tirania", "a escravidão ao salário" do horário comercial.

[...]

Há outro aspecto mais geral com relação a essa apropriação do tempo: a caracterização da percepção ocidental de tempo como linear e da oriental como circular. [...] na China, à parte o cálculo de eras de longa duração, há um cálculo circular de anos de curta duração a partir do qual o nome do ano ("ano do macaco") circula de modo regular. Não há nada precisamente semelhante no calendário ocidental, a não ser os meses que se repetem, e na astrologia baseada no zodíaco caldeu, que mapeia o espaço celeste, na qual esses meses adquirem significado característico como nos anos chineses. No entanto, mesmo nas culturas orais, em que a contagem do tempo é inevitavelmente mais simples, acham-se tempos lineares e circulares. A contagem linear é parte intrínseca das histórias de vida que se movem do nascimento à morte. Com o tempo "cósmico" há uma tendência maior à circularidade, uma vez que o dia segue a noite e uma lua segue outra. Qualquer ideia de cálculo exclusivo a ser feito de modo linear em vez de circular é equivocada e reflete nossa visão de que o Ocidente é avançado e voltado para o futuro e o Oriente, estático e atrasado.

* Espaço. As concepções de espaço também têm seguido definições europeias. Elas foram profundamente influenciadas pelo uso não tanto da escrita, mas das representações gráficas que se desenvolveram junto com a escrita. Claro que todos os povos têm algum conhecimento espacial do mundo em que vivem, do mundo ao redor e do céu, acima. [...]

Os continentes propriamente ditos não são noções exclusivamente ocidentais. Eles se mostram instintivamente como entidades distintas, exceto pela divisão arbitrária entre Europa e Ásia. Geograficamente, Europa e Ásia formam um continuum, a Eurásia; os gregos fizeram distinção entre as margens do Mediterrâneo no Estreito de Bósforo. Apesar de terem fundado colônias na Ásia Menor desde o período arcaico, a Ásia nunca deixou de representar o "outro histórico" na maioria dos contextos: a terra de religiões e povos estranhos. Mais tarde, religiões "mundiais" e seus seguidores, cobiçando o domínio do espaço e do tempo, tentaram definir oficialmente a nova Europa como cristã. Isso apesar do histórico de contatos com a presença de seguidores do islamismo e judaísmo no continente e apesar, também, da insistência de contemporâneos europeus (em contraste com outros povos) em adotar uma atitude leiga e secular diante do mundo. Enquanto o relógio dos anos clica para um tempo distintamente cristão, o presente e o passado da Europa são vistos como "a formação da Europa cristã" nos termos de Trevor-Roper.

Concepções de espaço, no entanto, não foram influenciadas pela religião com a mesma intensidade que as do tempo. Ainda assim, as localizações de cidades sagradas como Meca e Jerusalém determinaram não só a organização dos lugares, a direção da adoração, como as vidas de muitos povos que tinham como objetivo  peregrinar para esses lugares sagrados. O papel da peregrinação islamita, um dos cinco pilares dessa religião, é bem conhecido, e afeta muitas partes do mundo. Mas no passado, os cristãos também peregrinavam para Jerusalém e a liberdade de fazer tais viagens foi uma das razões para a invasão europeia (as Cruzadas) do Oriente Médio no século XIII. Jerusalém foi também um forte pólo de atração para o retorno de judeus durante a Idade Média, e ainda mais a partir do crescimento do sionismo e do violento anti-semitismo desde o final do século XIX. Essa questão espacial, fortemente apoiada por algumas potências ocidentais, de Israel ser o lar destinado ao retorno massivo de judeus para a Palestina, resultou em tensão, conflito e guerras, que têm varrido o Mediterrâneo oriental nos últimos anos. Ao mesmo tempo, a concentração de bases ocidentais na península arábica é vista como sendo a razão da ascensão da militância islâmica nessa região. Desse modo, a religião "mapeia" o mundo para nós em parte de forma arbitrária, mas esse mapeamento adquire significados poderosos relativos a identidades, durante o processo. A motivação religiosa inicial pode desaparecer, mas a geografia interna que ela gerou permanece, é "naturalizada" e pode ser imposta aos outros como sendo de certo modo parte da ordem material das coisas. [...]

Porém, os efeitos da colonização ocidental são evidentes. Quando a Inglaterra se tornou uma potência mundial, as coordenadas de espaço passaram a se basear no meridiano de Greenwich, em Londres; as Índias Ocidentais e grande parte das Índias Orientais foram criadas por interesses europeus, sob a orientação do colonialismo e expansionismo europeus. [...] Como Fernandez-Armesto assinala, na primeira metade do presente milênio, o Islã ocupou uma posição mais central e estava bem situado para oferecer uma visão da geografia mundial. Exemplo é o mapa-múndi de Al-Istakhi, produzido na metade do século X e visto da Pérsia. O Islã foi posicionado no centro da expansão e da comunicação, permanecendo a meio caminho entre a China e o mundo cristão. [...]

Mapa de Al-Istakhi

Mercator (1512-94) de Flandres foi um dos geógrafos premiados com a chegada em Florença de uma cópia grega da Geografia de Ptolomeu vinda de Constantinopla e escrita em Alexandria no século II e.c. O tratado foi traduzido para o latim e publicado em Vicenza, tornando-se uma referência da geografia moderna. Fornecia uma grade de coordenadas espaciais que podiam ser estendidas em um globo, com linhas numeradas a partir do equador, para latitude, e a partir das ilhas Fortunate, para longitude. Esse trabalho chegou na época da primeira circunavegação do globo e do advento da imprensa, fatores importantes para o desenvolvimento da cartografia. [...]

[...]

Cartografia e navegação envolveram o cálculo do espaço do céu e da terra. Todas as culturas têm algum modo de ver o céu. Mas seu mapeamento foi desenvolvido pelos homens de letras babilônios e mais tarde pelos gregos e romanos. Esse conhecimento desapareceu da Europa durante a Idade das Trevas mas continuou a ser impulsionado no mundo árabe, na Pérsia, Índia e China. O mundo árabe em particular, usando matemática complexa e muitas observações novas, produziu excelentes mapas estelares e ótimos instrumentos astronômicos, como o astrolábio de Muhammad Khan ben Hassan. Foi a partir dessa base que os avanços europeus nessa área foram possíveis.

Até séculos recentes, a Europa não ocupava uma posição central no mundo conhecido, apesar de tê-lo feito temporariamente com a emergência da Antiguidade clássica. Somente a partir da Renascença, com as atividades mercantis no mar Mediterrâneo e depois no Atlântico, é que a Europa começou a dominar o mundo. Primeiro com a expansão do comércio, depois pela conquista e colonização. Essa expansão levou a noção de espaço desenvolvida no curso da "Idade da Exploração" e a noção de tempo desenvolvida no contexto da Cristandade a serem impostas ao resto do mundo. [...]

* Periodização. O "roubo da história" não é somente de tempo e espaço, mas do monopólio dos períodos históricos. A maioria das sociedades parece fazer alguma tentativa de categorizar seu passado nos termos de largos e diferentes períodos de tempo mais ligados à criação da humanidade do que do mundo. Os esquimós pensam que o mundo sempre foi como se apresenta, porém, na vasta maioria das sociedades, os homens de hoje são vistos como sendo os primitivos habitantes do planeta. A ocupação do planeta começou por algo parecido com o "tempo do sonho" dos nativos australianos; entre os LoDagga do norte de Gana, os primeiros homens e mulheres habitaram a "velha terra" [...]. Com o advento da "linguagem visível", da escrita, aparentemente criamos uma periodização mais elaborada: a crença numa Era Dourada anterior ao Paraíso, quando o mundo era um lugar melhor, mas que os humanos tiveram de abandonar por causa de seu comportamento incorreto. É o oposto da ideia de progresso e modernização. Alguns imaginaram uma periodização baseada nas mudanças na natureza das principais ferramentas usadas pelos homens como pedra, cobre, bronze, ou ferro - uma progressiva periodização das Idades do Homem adotada por arqueólogos europeus do século XIX como um modelo científico.

Recentemente, a Europa se apropriou do tempo de forma mais determinada e o aplicou ao resto do mundo. Claro, a história mundial precisa ter uma estrutura cronológica única, se quiser ser unificada. Acontece que o parâmetro internacional é basicamente cristão, assim como os feriados mais importantes - Natal e Páscoa - são celebrados em órgãos internacionais como as Nações Unidas. E também é esse o caso das culturas orais do Terceiro Mundo que não foram incluídas nos parâmetros das religiões mais importantes; Alguma monopolização é necessária na construção de uma ciência universal como a astronomia. A globalização compreende uma medida de universalização. Não se pode trabalhar com conceitos puramente locais. Assim, apesar de o estudo da astronomia ter tido sua origem em outro lugar, mudanças na sociedade de informação, particularmente na tecnologia de informação na forma de livro impresso (que, como o papel, veio da Ásia), passaram a significar que o desenvolvimento da estrutura do que se chama ciência moderna é ocidental. Nesse caso, como em outros, globalização significa ocidentalização. [...] Os conceitos de história e de ciências sociais, apesar de eruditos lutarem pela "objetividade" weberiana, são mais próximos do mundo em que eles foram concebidos. Por exemplo, os termos "Antiguidade" e "Feudalismo" são definidos num puro contexto europeu, atentos ao desenvolvimento histórico particular desse continente. Os problemas surgem quando se pensa sobre a aplicação desses conceitos em outros tempos e lugares [...].

[...]

A linearidade é um constituinte da "avançada" ideia de "progresso". Alguns viram essa noção como peculiar ao Ocidente, e de certa forma o é, podendo ser atribuída à rapidez das mudanças ocorridas principalmente na Europa desde a Renascença [...].  A maioria das religiões escritas continha a ideia de Idade de Ouro, Paraíso, ou Éden, de onde a humanidade teve de se retirar. Essa noção envolveu um olhar para trás tanto quanto, em alguns casos, um olhar à frente para um novo começo. Mesmo em culturas orais foi encontrado a ideia de Paraíso. [...] Só com o advento da secularização, depois do Iluminismo, vamos encontrar um mundo regido pela ideia de progresso [...].

Uma das hipóteses básicas de uma boa parte da historiografia ocidental é que a flecha do tempo avança com um aumento equivalente em valor e proveito na organização das sociedades humanas, isto é, o progresso. A história é uma sequência de estágios, cada um proveniente de um anterior e seguindo em direção ao próximo, até, no marxismo, finalmente alcançar o estágio "superior" com o comunismo. Embora a leitura eurocêntrica da direção da história não acolha esse tipo de otimismo milenarista, para a maioria dos historiadores, o momento da escrita aproxima-se do objetivo final do desenvolvimento da espécie humana [...]. 

[...] Toda a história mundial foi concebida como uma sequência de fases constituídas por eventos ocorridos só na Europa Ocidental. Por volta de 700 a.e.c., o poeta Hesíodo imaginou as eras passadas do homem começando por uma Idade de Ouro e sendo sucedida pelas Idades de Prata e Bronze, passando por uma era de heróis, até chegar à atual Idade do Ferro. [...] No entanto, desde a Renascença, historiadores e eruditos têm adotado outra abordagem. Começando com a sociedade arcaica, a periodização das mudanças na história mundial em Antiguidade, Feudalismo e Capitalismo é virtualmente europeia. O restante da Eurásia ("Ásia") seguiu um curso diferente: com suas políticas despóticas , constituiu o "excepcionalismo asiático". Ou em termos contemporâneos, fracassou em alcançar a modernização. [...]

GOODY, Jack. O roubo da história. São Paulo: Contexto, 2008. p. 23-36.

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