O Romantismo, nome dado a um movimento cultural característico da Europa no século XIX, está, de certa forma, ligado às aspirações políticas e sociais da burguesia revolucionária do período. Se o classicismo e o barroco ligavam-se a uma sociedade aristocrática, o Romantismo estava ligado aos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, pregados, no plano jurídico ao menos, pela burguesia em ascensão.
O Romantismo fundava-se mais nas emoções do que na racionalidade. Os românticos procuraram combater o que julgavam excessivo no racionalismo, herdado do Renascimento e do Século das Luzes. Assim podemos dizer que o Romantismo reagiu ao racionalismo, num plano mais emotivo, com apego à natureza e ao povo. As inspirações dos artistas românticos eram procuradas junto a gente simples, numa manifestação antielitista e antiaristocrática. Pesquisavam-se a cultura popular e o folclore para produzir não só pinturas e esculturas, mas principalmente música.
Além disso, a obra romântica tinha um sentido épico. Ressaltava-se o heroísmo, o sacrifício e o sangue derramado nas batalhas ou em disputas amorosas. Todo esse ideário estava relacionado à realidade das lutas políticas e sociais da época.
A nova arte poética do período teve como um dos grandes representantes o alemão Goethe (1749-1832). Em Fausto, uma de suas principais obras, o enaltecimento das liberdades individuais era o tema presente e que se repetiu em todo o seu trabalho.
Os ingleses Coleridge (1772-1834) e Wordsworth (1770-1850) tinham na natureza a base de sua temática, chegando a uma espécie de adoração mística dos fenômenos naturais.
Na França, um dos escritores românticos mais conhecidos foi Victor Hugo (1820-1885). Criticou o governo de Napoleão III com o livro Napoleão, o Pequeno e denunciou a situação de penúria dos pobres com Os miseráveis.
A novela de folhetim marcou a maior parte da produção literária da época. Os textos eram publicados em capítulos, veiculados pelos jornais. A comédia humana, de Balzac (1799-1850), pode ser considerado um dos melhores exemplos do gênero. Outro exemplo foi Alexandre Dumas com Os três mosqueteiros. O mesmo se pode dizer do popular O vermelho e o negro, de Stendhal (1793-1842), que descreve a sociedade francesa às vésperas da revolução de 1830.
Inicialmente, o tema constante na produção das artes plásticas foi a Revolução Francesa e o Período Napoleônico. Esses temas históricos eram reinterpretados pelos artistas através da recriação do classicismo greco-romano. Basta lembrar os arcos do triunfo e as colunas que Napoleão mandou construir.
Pode-se dizer que Jacques-Louis David (1746-1828) transformou-se no artista oficial da Revolução Francesa. David imortalizou, em famoso quadro, o assassinato de Jean-Paul Marat, um dos líderes da Revolução Francesa. Ainda na França, destacaram-se Eugène Delacroix (1798-1863) e Ingres (1780-1867).
A morte de Marat, Jacques-Louis David
Na segunda metade do século XIX, a pintura europeia sofreu uma verdadeira revolução por meio do movimento chamado impressionismo. Os pintores impressionistas procuravam captar o cotidiano da vida urbana e do campo. Como o próprio nome do movimento sugere, os pintores procuravam captar as impressões dos efeitos da luz na cena desejada. Os pintores mais importantes desse movimento foram Edouard Manet, Claude Monet, Renoir, Cézanne, Degas, entre outros.
O virtuosismo do músico do período anterior foi, de certa forma, substituído por uma interpretação mais emocional. A música para os românticos não era só uma obra de arte, mas um meio para comunicar o estado da alma.
Os compositores românticos captaram o momento político interpretando-o através de suas músicas. Um dos compositores que demonstraram de forma notável essa relação foi Richard Wagner (1813-1883). Quando Wagner compôs Lohengrin, havia recebido forte influência dos socialistas utópicos e da revolução de 1848.
O nacionalismo marcou a produção musical do período. As óperas de Rossini, Bellini e Verdi são um apelo à unificação da Itália. A Rapsódia húngara, de Liszt, e as Polonaises, de Chopin, são verdadeiros panfletos de nacionalismo.
A ópera, enfim, significou a passagem da música de câmara para a música dos grandes teatros. Prenunciava-se a participação de um público maior nos espetáculos artísticos.
PEDRO, Antonio et alli. História do mundo ocidental. São Paulo: FTD, 2005. p. 311.
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