Afresco, c. 60 a.C. - 50 a.C. Pompéia, Itália. Artista desconhecido.
Esta magnífica cena faz parte de um conjunto de afrescos incrivelmente bem preservados, que foram descobertos perto de Pompéia, na Itália, nas ruínas de uma luxuosa villa romana - a Villa dei Misteri -, que sofreu apenas pequenos danos durante a erupção do monte Vesúvio, em 79 d.C. O afresco está localizado na parte da frente da villa, no cômodo mais importante, o triclinium, ou sala de jantar. Entre suas cores estão o azul e o verde, e o uso desses pigmentos caros indica que o proprietário da villa não economizou nos materiais.
O afresco faz parte de uma série de quadros que retratam os "mistérios" de um ritual de iniciação exclusivamente feminino - provavelmente o ingresso como mulher na sociedade -, no qual a novata tinha de passar por uma morte e um renascimento simbólicos. O ritual se centra em Dionísio, o deus grego do vinho, da agricultura e do êxtase, e uma sacerdotisa está presente para guiar a jovem durante todo o ritual de iniciação.
Os personagens estão dispostos em pé ou sentados em diferentes tipos de mobília sobre uma estreita borda pintada de verde que as sustenta e que ajuda a dar a aparência de um palco. A utilização da borda mostra que o afresco pertence ao segundo estilo romano, no qual características arquitetônicas são mostradas a fim de dar um aspecto tridimensional à imagem. Os personagens em tamanho natural são criados num estilo megalográfico, isto é, são aumentados para parecerem maiores do que os humanos. Ao colocar as imagens diante de uma parede vermelha e em meio a colunas pintadas, os artistas fizeram com que elas parecessem habitar o mesmo ambiente que o espectador.
Bryan Doubt. Villa dei Misteri. In: FARTHING, Stephen. (org.). Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011. p. 64-65.
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