"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Francisco de Bourbon: noivo com rendas (Parte 3)

Parte 3: Final cor-de-rosa

Depois deste episódio, a influência política do padre Claret aumentou consideravelmente, acompanhado por dois pitorescos agentes do Vaticano: Soror Maria dos Patrocínios, "a freira das chagas", que tinha inventado um falso milagre infligindo a si própria os estigmas de Cristo, e uma estrambólica personagem chamada padre Fulgêncio. Sob o conselho deste trio de religiosos fundamentalistas, Isabel começou a tomar medidas cada vez mais reacionárias, desde que as suas escapadelas adúlteras não chegassem aos ouvidos do papa. O povo começou a expressar abertamente a sua rejeição e os liberais dedicaram-se a plantar conjuras para destronar a rainha. Francisco, que se limitava a fazer a sua vida com os amigos e amantes sem intervir nos assuntos do reino, viu chegada a hora do divórcio. Participou abertamente nas conspirações opositoras, às quais ofereceu apoio institucional e celebrou alvoroçado a revolução de 1868, que obrigou Isabel II a exilar-se em França, embora também tenha seguido o mesmo caminho. Dois anos mais tarde, Isabel abdicou em Paris a favor de Afonso XII, enquanto Francisco, feliz e contente, se dedicou a desfrutar a vida e as suas alegrias durante longos anos. Morreu, já octogenário, nas sua quinta como uma personagem secundária, mas sem lhe negar o mérito de ter sido, desde os tempos do infante dom Jaime, o primeiro a ostentar sem sentimento de culpa a sua condição de gay.

TOURNIER, Paul. Os Gays na História. Lisboa: Estampa, 2006. p. 210.

Galeria de imagens: "Los borbones em pelota", aquarelas atribuídas a Valeriano Domínguez Bécquer & Gustavo Adolfo Bécquer, século XIX.

A la izquierda: Francisco de Asís sosteniendo una pelela; Isabel II en la cama siendo fornicada por el Padre Antonio María Claret; a la derecha, Carlos Marfori. Texto: ¡Oh viejo que estás jodiendo! / al infierno vas cayendo!

Francisco de Asis de Borbon. Texto: "El rey consorte, primer pajillero de la Corte."


Carlos Marfori con una botella de vino; Sor Patrocinio recibiendo el galanteo de González Bravo; Francisco de Asís requiriendo a González Bravo mientras es sodomizado por el Padre Antonio María Claret; en el suelo, dos perritos copulando (no se puede apreciar de qué sexo son los dichos perritos)


Isabel II con su intendente Carlos Marfori. Fco de Asís. A la derecha espera un batallón de guardia.
Leyenda de la acuarela:
Isabel —Espérate a que acabe mi intendente.
Paquita —¡Aguardemos la vez, como en la fuente!


Isabel II fornicando con Carlos Marfori. Texto: "¡Carlos, Carlos, yo lo espero / de tu hidalgo corazón / mételo sin dilación / que ya por joder me muero!"


Viñeta de la saga satírica Los Borbones en Pelota con el pareado "Sentada está en su poltrona, con cetro, chulo y corona"


(Reproducción o ilustración del álbum de láminas satíricas "Los Borbones en pelota")

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