Primeiro a Grã-Bretanha, depois são os países do continente que exploram as novas técnicas, constroem máquinas, criam a indústria. A usina invade a paisagem europeia, com suas chaminés e sua fumaça. Explora-se de modo considerável o carvão e o ferro. As regiões negras aparecem na Inglaterra (as Middlands), na França (o Norte e a Lorena) e na Alemanha (o Ruhr). Com o trabalho do algodão surge a indústria têxtil. Dessa forma, aparecem novos trabalhadores, os operários, que formam a classe operária e muitas vezes vivem em condições insalubres e miseráveis. A máquina a vapor provoca uma grande transformação nos meios de comunicação. As estradas de ferro transportam viajantes e mercadorias. Os barcos a vapor desbancam os grandes veleiros.
A Estação de Saint-Lazare: Chegada de um trem, Claude Monet
No fim do século, acontece uma segunda Revolução Industrial. A eletricidade aparece. O motor à explosão permite a utilização do gás e do petróleo. A Torre Eiffel, em 1899, é ainda construída em ferro, mas fabrica-se mais e mais o aço. Os produtos químicos permitem que os colorantes, os têxteis artificiais, os fertilizantes para a agricultura se multipliquem. A produção de tantos produtos novos supõe que se possa comprá-los e financiar sua fabricação. É preciso reunir os capitais, organizar o crédito, fazer com que o dinheiro circule. Os bancos se desenvolvem, o papel-moeda difunde-se, criam-se sociedades por ações nas quais aqueles que trouxeram dinheiro, os acionários, têm um número de títulos que corresponde ao número de ações que eles compraram. É o mundo do capitalismo. A Europa entrou na era do dinheiro. Mais do que nunca, ela se divide entre ricos e pobres.
O carro de primeira classe, Honoré Daumier
A máquina de costura, a bicicleta, o telefone mudam a vida dos europeus. São de fato invenções europeias, mas os Estados Unidos da América participam doravante do progresso científico e econômico. O americano Thomas Edison faz inúmeras invenções, entre as quais a lâmpada incandescente que ilumina por aquecimento intensivo de um fio. Depois é o automóvel, e, então, o avião e, por fim, o cinematógrafo dos irmãos Lumière [...]. Um novo homem apareceu: o engenheiro.
LE GOFF, Jacques. Uma breve história da Europa. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 117-119.
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