Cena do filme Elizabeth: A Era de Ouro, direção de Shekhar Kapur, 2007.
A loja do barbeiro era o centro dos mexericos. Lá se juntavam os jovens elegantes que vinham não só cortar o cabelo, mas principalmente para saber as novidades do dia. O estabelecimento estava bem fornecido de divertimentos. Enquanto esperavam a sua vez, os fregueses podiam ouvir música [...].
O barbeiro desempenhava também as funções de dentista. De vez em quando lá entrava na loja alguém com dor de dentes e se sentava numa cadeira à espera da vez. O mestre barbeiro costumava conservar os dentes que arrancava, pendurando-os na loja. [...]
As mulheres inglesas [da nobreza] estavam completamente sob o poder dos maridos, que, no entanto, não tinham sobre elas direito de morte.
[...] Não tinham de viver fechadas em casa. Eram mais livres que em qualquer outro país; envergavam fatos [roupas] extremamente belos e dedicavam a maior atenção às suas golas e ao tecido dos vestidos. Muitas delas para ir à rua cobriam-se de veludo, não tendo em casa um bocado de pão seco para comer. [...] Entretinham-se a passear, a montar a cavalo, a jogar as cartas e a fazer visitas às amigas, a conversar com os vizinhos, a assistir aos nascimentos, batizados e funerais, e tudo isto com licença dos maridos. [...] Entre as pessoas da mesma condição [social], o beijo era uma forma de saudação muito frequente. Mesmo nas estalagens, a patroa e toda sua família recebiam os clientes com um beijo. Beijar era uma forma de saudação tão corrente como o aperto de mão nas outras nações.
LEMONIER, Leon. A vida quotidiana em Inglaterra no tempo de Isabel I. Lisboa: Livros do Brasil, s.d. p. 188, 202-203.
Nenhum comentário:
Postar um comentário