A pirâmide de Monte Albán: Implantado no cume de um conjunto de colinas áridas que dominam os três ramos do vale de Oaxaca, Monte Albán foi rapidamente dotada dos monumentos que convinham a seu prestígio. Palácios, praças de jogo, imponentes pirâmides encimadas com templos de colunas delimitam a esplanada central. As residências e as habitações são repartidas sobre os terraços que cercam os edifícios públicos.
Monte Albán foi, de 500 a.C. a 800 d.C., a capital zapoteca. Empoleirada sobre uma montanha que domina os três braços do vale de Oaxaca, ela ocupa uma posição defensiva. Em mil e trezentos anos de ocupação, essa cidade se transformou num imponente complexo arquitetônico de múltiplas funções.
Vista do conjunto arquitetônico de Monte Albán
A cidade teria sido concebida como um lugar que permitia confederar pequenos reinos zapotecas rivais dispersos pelo vale. A insegurança reinante entre os três ramos do vale teria levado à fundação de uma capital confederada neutra, dependendo, para sua própria alimentação, do apoio das diferentes aldeias. A água, por exemplo, devia ser levada até o topo da montanha e armazenada em sistemas de estocagem. E, em suas origens, a cidade compreendia três bairros, representando os três grupos fundadores. Mas, muito rapidamente, Monte Albán impõe seu controle sobre o vale. Por volta de 200 a.C., a cidade ergue monumentos esculpidos, os famosos danzantes, cujos personagens de corpo torturado testemunham suas vitórias e suas conquistas. A cidade reúne especialmente a elite da sociedade zapoteca: guerreiros, artesãos e dirigentes políticos e religiosos. Com efeito, visto que a cidade é pobre em terras cultiváveis, os agricultores são pouco numerosos e residem nas povoações vizinhas.
O aspecto atual de Monte Albán resulta de remanejamentos sucessivos no decorrer dos séculos, à medida que a potência zapoteca se estendia na região. No entanto, a harmonia da concepção estrutural original nunca foi alterada. As principais construções contornam uma vasta esplanada central, que pode acolher um número de fiéis ou de súditos bem superior ao dos únicos habitantes da cidade. Essa esplanada abrigava provavelmente também o mercado, enquanto os edifícios que a delimitam têm funções religiosas. Monte Albán conta numerosos palácios para suas atividades administrativas e áreas residenciais. Esse conjunto mostra muito bem a importância da cidade, que dominava as comunidades dos arredores, e sua potência militar e política, que lhe permitiu estabelecer relações equilibradas - sem risco de perder sua especificidade - com Teotihuacán, a grande metrópole do México central.
Galeria dos "danzantes"
SALLES, Catherine (dir.). Larousse das Civilizações Antigas 2: da Babilônia ao exército enterrado chinês. São Paulo: Larousse do Brasil, 2008. p. 184.
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