Às 8h48 do dia 11de setembro de 2001, um boeing 767 da American Airlines foi jogado contra uma das torres de 110 andares do World Trade Center, em Nova Iorque. Começava o pior ataque terrorista já ocorrido na história dos Estado Unidos. Quinze minutos depois, um segundo avião sequestrado atingiu a segunda torre. Um terceiro caiu no interior do Pentágono, o Departamento de Defesa, localizado em Washington. E uma quarta aeronave caiu numa floresta de Pitsburgh, na Pensilvânia.
Esses quatro aviões de passageiros das empresas United Airlines e American Airlines serviram como "mísseis" para destruir prédios em pleno território norte-americano. Uma tragédia que fez desmoronar o mito da invulnerabilidade do país mais poderoso do mundo na atualidade.
Após os ataques terroristas, dezenas de prédios foram evacuados e o estado de emergência foi decretado nas principais cidades americanas.
Os aeroportos de Nova Iorque e Washington foram fechados e o tráfego ferroviário suspenso.
Os terroristas usaram facas e estiletes no sequestro dos aviões, mas as armas utilizadas na resposta americana contra o Afeganistão foram bem diferentes. Após rejeitarem a proposta do Talibã de julgar o saudita Osama Bin Laden, acusado de ser o mentor da tragédia, no Afeganistão, os Estados Unidos atacaram o país com os modernos aviões espiões e mísseis teleguiados.
Os alvos dos bombardeios foram bases e centros de comunicação militares do Talibã e campos da organização terrorista Al-Qaeda ("A Base", em árabe), comandada por Osama Bin Laden. Inglaterra, França, Alemanha e Austrália, entre outros países, anunciaram apoio militar aos EUA, enquanto a reação no mundo muçulmano variava do silêncio à hostilidade.
Em resposta, o grupo do regime extremista declarou uma Jihad, 'guerra santa', contra os Estados Unidos.
Após muitos ataques ao Afeganistão, o terrorista Bin Laden não foi encontrado. Nas regiões montanhosas de Tora Bora, todo o complexo de cavernas construído na década de 1980 foi vasculhado por mais de sete mil soldados estrangeiros. Após três meses de guerra, os talibãs perderam o poder que mantiveram por cinco anos. Os norte-americanos fizeram cerca de oito mil prisioneiros.
O mundo islâmico se divide entre amor e ódio em relação a Bin Laden. Com sua fortuna atual variando entre 270 e 300 milhões de dólares, o décimo sétimo dos 52 filhos do milionário saudita da construção civil, Mohammed Bin Laden, se uniu, aos 22 anos, aos muçulmanos do Afeganistão que lutavam contra a ocupação soviética na década de 1980. Bin Laden financiou o terror, mas também contribuiu para a construção de escolas, hospitais, estradas e até um aeroporto. Formou um exército de mercenários provenientes de várias regiões do Oriente Médio.
A partir de 1991, na Guerra do Golfo, o saudita direcionou seu ódio aos Estados Unidos. Ele se opunha à presença de tropas norte-americanas na Península Arábica, alegando se tratar de solo sagrado.
Mesmo se posicionando ao lado do Iraque, ainda tentou uma saída política, apresentando propostas que evitassem a "profanação" do solo árabe, mas ficou enfurecido ao saber que militares norte-americanos estavam a caminho. Terminada a guerra, sua ira aumentou mais ainda com a instalação de uma base militar permanente dos Estados Unidos na Arábia. [...] Os atentados terroristas contra os Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, deixaram um saldo de mais de três mil mortos.
A economia mundial sentiu o impacto da tragédia diante da possibilidade de prejuízos gigantescos e da instabilidade na ordem política. As bolsas de valores despencaram e interromperam os negócios, amedrontados com o acontecido. [...] No cenário da nova ordem mundial, as guerras não são mais provocadas por ideologias, mas por conflitos religiosos, étnicos, territoriais e pelo controle de recursos naturais.
Os personagens não são mais os agentes do Estado, mas organizações cujas relações com governos são oblíquas, ambíguas e, às vezes, indecifráveis. Os homens que atingiram o WTC e o Pentágono eram soldados numa nova forma de guerra. Agora a guerra, como tantas outras coisas na era da globalização, saiu fora do controle governamental.
Os atentados trouxeram profundas mudanças no debate internacional, colocando em evidência temas como terrorismo, segurança, extremismo religioso e hegemonia internacional.
Para muitos analistas internacionais, após o dia 11 de setembro o mundo também se conscientizou da globalização da violência - nenhum lugar está isolado e ninguém é invulnerável: o mundo é um só.
AMARO, Fábio et al. O mundo hoje: História, Geografia e atualidades. Belo Horizonte: RHJ, 2002. p. 28-29.
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