"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Família e sexualidade na Europa Medieval: a família germânica

Antiga família germânica, Grevel

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Os bárbaros germânicos se organizavam em comunidades agrícolas e pastoris com um mínimo de desigualdade social. As lideranças guerreiras gozavam de prestígio, mas este não resultava na dominação e na exploração econômica de um grupo social sobre outro. As terras eram periodicamente redistribuídas, o que impedia que as melhores terras se acumulassem nas mãos de algumas famílias.

Todavia o próprio contato com os romanos foi dissolvendo a organização comunitária germânica. A desigualdade econômica e social foi se generalizando: formou-se uma casta de guerreiros hereditários, com privilégios e riquezas.

Com essa mudança, o casamento passou a ter uma nova importância social e política entre os bárbaros germânicos, pois dele dependia a transmissão dos bens acumulados e do poder estabelecido.

Nessas sociedades bárbaras já transformadas pelo contato com os romanos, o casamento podia resultar de três processos: a compra, o rapto e o consentimento mútuo. Assim, do ponto de vista de seu pai, uma mulher era principalmente um bem móvel. Como tal, era vendida, perdida pelo rapto ou usada para fazer alianças. Uma vez constituído o casal, a mulher se tornava companheira do marido.

PEDRO, Antonio; LIMA, Lizânias de Souza. História por eixos temáticos. São Paulo: FTD, 2002. p. 222.

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