Os assírios estabeleceram-se próximo ao curso médio do Rio Tigre, no Norte da Mesopotâmia. Sua principal cidade era Assur, às margens do Tigre. A população praticava a agricultura, no vale, e a criação de gado e a caça, nas montanhas. A região possuía riquezas minerais, como cobre e ferro, além de madeira e pedra. A princípio pastores e agricultores, os Reis assírios, a partir do século VIII a.C., iniciaram um movimento de expansão territorial, tornando-se um Estado militarizado. Os exércitos assírios obtiveram uma superioridade bélica sobre as forças militares dos países vizinhos, graças ao uso de armas de ferro, material abundante na região. Os assírios possuíam também carros de guerra e cavalos. Em épocas de guerra, os camponeses eram recrutados para servir no exército (infantaria).
Arqueiros assírios atacando uma cidade. Relevo.
Na Assíria, devido às guerras de conquista, cresceu a importância do exército e, consequentemente, dos chefes militares. Formou-se uma aristocracia militar, proprietária de terras e de escravos (antigos prisioneiros de guerra), que, juntamente com o corpo de sacerdotes, gozava de imensos privilégios, como a isenção de impostos. A massa da população, formada por camponeses e artesãos, era obrigada ao pagamento do imposto, seja em cereal ou gado, seja em metal. Além disso, devia prestar serviços gratuitos ao Estado: construção de estradas (para a movimentação do exército e comunicação entre a capital e as cidades vencidas), palácios e templos. Na Assíria havia grande quantidade de populações vencidas, utilizadas na agricultura e nos serviços domésticos dos palácios e templos. O emprego do trabalho dos vencidos e o serviço militar contribuíam para transformar o camponês assírio em soldado.
Como guerra e comércio andam sempre juntos, as estradas, construídas com finalidade militar, foram utilizadas também pelos mercadores, que assim, percorriam as diversas cidades, tornando-se um grupo bastante rico.
O expansionismo assírio começou no século VIII a.C., no reinado de Teglatefalasar III, cujos exércitos conquistaram a Babilônia e a Síria; a Palestina converteu-se em um Estado tributário (devia pagar tributos aos assírios); as fronteiras chegaram até o Mediterrâneo, a oeste, e ao Reino de Urartu, ao norte.
Sob a dinastia dos Sargônida, especialmente no reinado de Sargão II, o Estado assírio, com a capital em Nínive, prosseguiu as guerras de conquista, base do poder do Estado. Das regiões subjugadas, era recolhido butim: cabeças de gado, ouro, prata, cobre, marfim etc. Por vezes, populações inteiras eram transplantadas para a Assíria. A repressão que se abatia sobre as populações vencidas era feroz: ia desde o massacre até a deportação em massa. O transplante de populações servia para destruir as resistências dos países conquistados; os métodos de terror tinham a finalidade de intimidar as populações vencidas, obrigando-as a pagar pesados tributos à Assíria.
Destruição de Susa
No século VII, sob os reinados de Senaqueribe e Assurbanípal, o Império Assírio atingiu sua máxima extensão: englobava praticamente todo o Oriente Próximo, desde a Ásia Menor até o Golfo Pérsico, e do Egito até o Rio Tigre. Na Biblioteca de Assurbanípal, em Nínive, foi encontrado, pelos arqueólogos, uma parte do acervo cultural da Mesopotâmia, em forma de copiosa literatura em inscrições feitas sobre blocos de argila. Esta biblioteca foi parcialmente destruída nas guerras que outros povos moveram à Assíria.
Quatro oficiais da corte de Senaqueribe. Relevo assírio
Após a morte de Assurbanípal, recrudesceram as revoltas internas e as dos países subjugados. O poder da Assíria assentava-se sobre uma economia de guerra. Entretanto, a própria mobilização dos camponeses para o exército, as guerras contínuas, a violenta expropriação da riqueza das cidades vencidas provocaram o emprego de mercenários no exército, e a aliança militar de povos vizinhos contra os assírios.
Os países subjugados deixaram de pagar os tributos, e a sucessão de revoltas internas e as invasões de nômades da Ásia Central apressaram a crise do poder assírio.
Em 612 a.C., a aliança entre Ciáxares, Rei da Média (Reino localizado no Planalto Iraniano) e Nabopolasar, Rei da Babilônia, resultou na tomada e destruição de Nínive, pondo fim ao predomínio assírio.
AQUINO, Rubim Santos Leão de et alli. História das Sociedades: das comunidades primitivas às sociedades medievais. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2008. p. 174-176.
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