Cena de banquete. Artista desconhecido. Afresco em
Paestum - colônia grega -, Itália
* Grécia. O banquete é uma instituição grega.
Depois de uma ceia, na qual se comia sem beber, o banquete celebrava o momento
em que um grupo de amigos - adultos e cidadãos - dividia o prazer de beber,
conversando ou vendo um espetáculo de dança ou pantomima. Essa reunião, ou
cerimônia, tinha sempre uma dimensão religiosa. Os deuses estavam associados a
esse ritual, precedido por uma libação.
Em um banquete privado, como o de Platão e Xenofonte no
célebre diálogo, os convivas ficavam estendidos sobre uma cama, com a parte
superior do corpo virada para a direita, e o cotovelo esquerdo apoiado em almofadas. Era
comum elegerem um chefe do banquete, responsável por fixar o número de copos
que seriam esvaziados, a proporção da mistura de vinho e água (pois só os
bárbaros bebiam o vinho puro) e os divertimentos da noite. Além das obras
célebres de Platão e Xenofonte, o Banquete dos sofistas, de Ateneu,
o Banquete dos sete sábios, de Plutarco, e sua compilação Conversas
à mesa atestam a perenidade da instituição e do gênero literário que
nascia ali. (Monque Trédé)
* Egito. As cenas de banquetes que enriquecem a
iconografia dos túmulos privados do Novo Império evocam as festividades ligadas
à vida do defunto, mas têm, geralmente, um significado funerário, buscando
inspiração na lembrança de ágapes reais. No tradicional quadro da refeição do
morto são incluídas as representações de elegantes convivas, parentes e amigos.
Um espetáculo de dança e música completa o ambiente.
Uma cerimônia ritual reunia anualmente as pessoas próximas
ao defunto, na capela de seu túmulo, para um festim em sua memória. Nessas
ocasiões não faltava bebida, mas ninguém comia. As composições que retratam
esses momentos exaltam os prazeres dos sentidos e são profundamente carregadas
de erotismo. Além de evocar as alegrias da mesa, são um convite ao amor, uma
aposta na sobrevivência eterna. (Annie Forgeau)
In: BETING, Graziella. Coleção história de A a Z:
[volume 1]: antiguidade. Rio de Janeiro: Duetto, 2009. p. 14.
Nenhum comentário:
Postar um comentário