Os navios Resolution e Adventure, ancorados diante da ilha de Taiti, em 1773. William Hodges
Povo aborígene pescando e acampando em Merri Creek. Charles Troedel
Os primeiros navegadores europeus
que se empenharam na exploração do oceano Pacífico estavam, em sua maioria, a
serviço da Companhia Holandesa das Índias Orientais. Nessas viagens, chegaram às
costas australianas, à Nova Guiné, à Nova Zelândia e a vários arquipélagos,
como os das ilhas Salomão, Tonga e Fidji. Entre os grandes exploradores desse
período inicial destacou-se o holandês Abel Tasman (1603-1659), que descobriu a
ilha batizada por ele de Tasmânia e explorou a costa meridional da Austrália,
dela fazendo os primeiros mapas. Até a metade do século XVIII, porém, não houve
maior interesse pela exploração do continente australiano, já que nele não se
encontravam especiarias e jazidas de metais preciosos.
Uma oferenda antes do Capitão Cook nas ilhas Sandwich, John Webber
Timmy, um aborígene da Tasmânia, atirando uma lança. Benjamin Duterrau
Em 1768, uma expedição inglesa
comandada pelo capitão James Cook (1728-1779), seguiu para os chamados “mares
do Sul” a fim de explora-los. Cook fez um detalhado relatório dessa viagem, de
grande importância para o conhecimento geográfico da época. Depois de atingir
as ilhas do Taiti e da Nova Zelândia, o navegador inglês chegou à costa
meridional da Austrália, que chamou de Nova Gales do Sul e da qual tomou posse
em nome da Grã-Bretanha.
Representação de um sacrifício humano no Taiti, John Webber
Canoas aborígenes comunicando-se com o monarca e Tom Tough, 28 de agosto de 1855. John Thomas Baines
Em 1786, a Nova Gales do Sul
tornou-se uma possessão da Coroa britânica, que ali instalou uma colônia penal.
O primeiro grupo de deportados (cerca de setecentos) foi levado para a colônia
pelo capitão Arthur Phillip, que se estabeleceu na região onde atualmente se
encontra a cidade de Sidney. Nos primeiros anos, a vida da colônia foi marcada
por uma série de dificuldades e incidentes, tendo o governador entrado em
choque com alguns oficiais que haviam recebido concessões de terras e
pretendiam explora-las utilizando a força de trabalho dos deportados. A situação
agravou-se ainda mais com a nomeação de William Bligh (1754-1817) para
governador da Nova Gales do Sul. Devido à sua extrema severidade, Bligh já
havia provocado, em 1789, o motim da tripulação de um navio por ele comandado,
o Bounty. A crise chegou a tal ponto
que, em 1808, os colonos se rebelaram e aprisionaram o governador, o que levou
o governo britânico a retirar suas tropas da região. Apesar de todos esses
problemas, a Austrália logo passou a desempenhar um papel muito importante na
economia colonial inglesa, principalmente depois que nela foi introduzido a
criação de bovinos e ovinos.
Tambores do Taiti. Ídolos das iIlhas Sandwich. Pás. Altar. John Webber
Corrobore, sul da Austrália. WR Thomas
O primitivo estágio de
desenvolvimento cultural em que se encontravam os aborígines australianos
despertou grande interesse nos exploradores e estudiosos europeus. James Cook e
Louis Antoine Bougainville (1729-1811), por exemplo, fizeram análises bastante
minuciosas do modo de vida e dos costumes desses povos. Tendo participado da
terceira expedição de James Cook ao Pacífico (1776-1779), os naturalistas
George Louis Leclerc Buffon (1707-1788), Johann Reinhold Forster (1729-1798) e
Johann Georg Adam Forster (1729-1794) realizaram profundos estudos etnológicos
sobre os nativos da Austrália e das ilhas do Pacífico, que se estendiam desde o
sudeste asiático até o oeste das Américas. Como essas populações ainda se
achavam culturalmente na Idade da Pedra, esses cientistas europeus chegaram a
acreditar, em um primeiro momento, que haviam desvendado o mistério da origem
do homem.
HISTÓRIA DAS CIVILIZAÇÕES. São Paulo: Abril Cultural, 1975. p. 110
e 112. Volume IV.
NOTA: O texto "A exploração da Oceania" não representa, necessariamente, o pensamento deste blog. Foi publicado com o objetivo de refletirmos sobre a construção do conhecimento histórico.
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