Estatueta articulada oca. Entre os milhares de estatuetas encontrados em Teotihuacán, a maioria, modeladas, é de imagens de divindades. Outras, modeladas, representam pequenos personagens calvos, em poses dinâmicas. Outras ainda são articuladas ou possuem em seu torso - como esta - um cofre que contém outras estatuetas menores. Seu significado permanece um enigma para os arqueólogos. Encontrada no palácio de Tlajinga, datado de cerca de 600-700.
Ao contrário das outras civilizações da América Central, Teotihuacán é uma cidade austera, onde o jogo das formas arquitetônicas não é acompanhado por uma escultura exuberante, como entre os maias. Os dirigentes privilegiaram o plano urbano ou a monumentalidade das pirâmides. Conceberam também um dispositivo arquitetural que combina a verticalidade de painéis postos sobre muros em taludes, para captar os jogos de luz. Certamente, a pintura mural desempenha um papel importante, que dá à cidade, por sua policromia, um aspecto mais que brilhante. No entanto, a metrópole impressiona por sua relativa severidade.
Fragmento da fachada do Templo da Serpente Emplumada. Teotihuacán.
Nas artes menores, os artesãos e os artistas desenvolveram seu talento e seu gênio. As máscaras funerárias em pedra fina, os recipientes policromos e inúmeras estatuetas, às vezes articuladas, são apenas alguns exemplos dessa riqueza. Contudo, sob essa diversidade aparente, não se deve esquecer de que, como em todo o mundo mesoamericano, a representação estética obedece a códigos rígidos, às normas que regem a sociedade. A fantasia não é admissível e cada objeto está carregado de sentido, em conformidade com a ideologia dominante.
SALLES, Catherine. (dir.) Larousse das civilizações antigas: das Bacanais a Ravena. São Paulo: Larousse, 2008. p. 278.
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