* Continuou a formação de quilombos; o último foi o de Jabaquara, em São Paulo, organizado em 1888; nas principais cidades, crescentes conflitos entre abolicionistas e escravistas. Nesse período, houve 884 leis referentes aos escravos, 284 delas relativas a compra e venda, e tributos.
* Insurreição de Queimados, no Espírito Santo, quando mais de duzentos escravos se revoltaram, em 1849.
* Revolta do Ronco da Abelha, no Nordeste; assim chamada porque grupos de populares atacavam de imprevisto e protestando, com ruídos semelhantes ao zumbido de abelhas; nesses ataques, contra repartições do governo, demonstravam sua revolta contra decretos do governo acusados de legalizar a escravização de homens pobres e livres. Os decretos foram revogados.
* Motim da carne sem osso, farinha sem caroço e toucinho grosso; sua denominação deixa claro ter ocorrido por causa dos altos preços de venda e da má qualidade de alimentos em Salvador.
* Revolta do Quebra-quilos, em que populares invadiam coletorias, cartórios e repartições públicas. Iniciada na cidade do Rio de Janeiro, atingiu o Nordeste, em explosão de descontentamento contra o novo sistema de pesos e medidas.
* Guerra das Mulheres, que teve também a participação de homens; iniciada por trezentas mulheres, lideradas por Ana Floriano. Foi provocada pela crise econômica e pela revolta contra editais de recrutamento militar; tendo começado no Rio Grande do Norte, logo se espalhou pelo Nordeste.
* Revolta Baiana de 1878, mais uma vez em Salvador e novamente provocada pelos altos preços da carne verde e seca e outros produtos consumidos principalmente pelos setores populares.
* Levante do Vintém, ocorrido na capital do Império quando populares reagiram contra o aumento da passagem dos bondes: o aumento foi suspenso.
* República do Cunani, criada no Amapá, em 1885, por escravos fugidos, brancos e mestiços pobres, e logo destruída.
Como de hábito, as classes dominantes, resistentes a mudanças que limitem seus privilégios, usaram de violência contra as forças populares. Fuzilamentos, enforcamentos, prisões e torturas contra os chamados desordeiros e inimigos da tranquilidade pública. Uma das novidades foi o colete de couro. Sobre o tórax e as costas dos presos eram colocados pedaços de couro cru; os dois pedaços eram molhados e, ao secar, comprimiam o tórax da vítima.
Com a República, a exploração das camadas populares aumentou. Vivia-se o capitalismo e a ilusão da liberdade e de direitos iguais para todos.
Daí o crescimento do Milenarismo, que já ocorria desde inícios do século XIX.
E o que é Milenarismo?
É um movimento social e religioso cujos participantes procuram construir na Terra um reino de paz e felicidade - o milênio - que antecede o reino celestial junto a Deus. Nesses movimentos, o líder é apresentado como profeta, santo, guia... Dentre outros, destacaram-se:
* a Cidade do Paraíso Terrestre, em Pernambuco, 1817; acreditavam que são Sebastião viria guiá-los para construir o paraíso na terra inteira.
* o Reino Encantado, em Pernambuco, 1836. Com a chegada de são Sebastião, tudo mudaria: os velhos se tornariam moços; os pobres, ricos; as feias e feios, bonitos.
Jacobina e João Maurer
* os Mucker, palavra alemã que significa beato ou santarrão. Assim eram chamados os seguidores de Jacobina e João Maurer. Viveram no Rio Grande do Sul entre 1872 e 1898. Foram perseguidos por católicos e protestantes. Formavam uma sociedade igualitária, sendo condenados o comércio, a riqueza e o dinheiro.
AQUINO, Rubim Santos Leão de et alli. Brasil: uma história popular. Rio de Janeiro: Record, 2003. p. 113-116.
Nenhum comentário:
Postar um comentário