Onde há fumaça, há fogo, diz o ditado. Bem acima do Mississíppi, a fumaça subia das fogueiras usadas na construção de canoas de tronco. O fogo queimava até que o interior do barco ficasse oco. No rio, dezenas de canoas brilhavam ao sol, com quarenta a sessenta homens em cada uma. Não era extamente uma pequena canoa de casca de bétula! Em um dia de cerimônia ou guerra, os barqueiros pintavam o rosto de marrom avermelhado, e muitas cabeças ostentavam cocares de penas brancas. Alguns índios se ajoelham ao remar; outros ficam atrás deles, seus escudos prontos para evitar um ataque. Uma cobertura na popa faz sombra para o comandante de cada canoa.
Indian
Telegraph, John Mix Stanley
Nas Planícies, os índios fazem fogueiras para marcar búfalos e, na Grande Bacia, queimam pastos para eliminar lagartos do solo. Alguns povos queimam campos para encorajar o crescimento de mirtilos ou girassóis; outros tocam fogo para afastar hordas de mosquitos nocivos. Nas Rochosas. os índios usam fogo inclusive para celebrar. Abetos inteiros são queimados, seus galhos soltando fagulhas na noite como fogos de artifício. Humanos de uma ponta a outra do continente usam o fogo como ferramenta para moldar o território a seu gosto.
Equipment
for curing fish used by the North Carolina Algonquins, John White
Em outros aspectos, os povos indígenas diferiam muitíssimo. De fato, podemos dizer que o lema da América do Norte em 1492 era o oposto de E pluribus unum. Não De muitos povos, um, mas De um continente, muitos povos. Dependendo de que pássaros você seguirt, verá enormes diferenças nas maneiras como os índios se adaptaram ao mundo à sua volta. Alguns viviam em bandos simples, caçando e coletando alimentos. Outras civilizações ostentavam campos cultivados, monumentos, templos, cidades, astrônomos, sacerdotes e governantes.
The Harvest
Song, E. Irving Couse
Um bando de gansos partindo do Ártico ocidental avistaria grupos de inuítes caçando baleias em umiaks - embarcações abertas feitas de pele de morsa estirada sobre madeira flutuante. Os inuítes (também conhecidos como esquimós) possuem arpões fortes o suficiente para perfurar a pele grossa das baleias, uma fonte de alimento valiosa. (Gordura de baleia tmbém é um bom combustível em lamparinas a óleo). As mulheres inuítes desenvolveram a habilidade de costurar intestino de foca e pele de peixe para fazer roupas que se ajustam mais ao corpo e, portanto, aquecem melhor os que vivem nessas terras invernais.
(Continua no próximo post)
DAVIDSON, James West. Uma breve história dos Estados Unidos. Porto Alegre: L&PM, 2016. p. 11-2.
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