Carta geográfica da Nova França, 1612, Samuel de Champlain
Foi nas Américas que a iniciativa
colonizadora dos europeus tomou maior impulso. As riquezas procuradas nas
Índias e finalmente descobertas no novo continente atraíram a Europa cada vez
mais para as terras do Atlântico.
Franceses
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Na América do Norte ocupam, no
início do século XVII, regiões do atual Canadá. Posteriormente fundam Québec
(1608) e Montreal (1642). Em meados do século XVII expandem-se em direção ao
sul dos atuais EUA, descendo o rio Mississipi até o Golfo do México; fundam a
colônia da Luisiana, em homenagem a Luís XIII, rei da França, e a cidade de
Nova Orléans (1731).
Na América Central
estabelecem-se, a partir dos meados do século XVII, nas Antilhas (atuais
Haiti, República Dominicana, Guadalupe, Martinica e em outras pequenas
ilhas).
Na América do Sul um grupo de
protestantes franceses, fugindo a perseguições religiosas em seu país,
tentam, sem êxito, estabelecer-se no Brasil fundando a França Antártica
(1555) na Ilha de Villegaignon, na baía de Guanabara. Outro grupo análogo
funda (1612), no Estado do Maranhão, a França Equinocial, na ilha que
batizaram de São Luís em honra ao rei Luís XIII. Expulsos do Brasil, fixam-se
na atual Guiana Francesa, fundando Caiena.
Na América do Norte, no Canadá,
incorporando à Coroa com o nome de Nova França, exploram intenso comércio de
peles, a caça, a pecuária, a agricultura produzindo trigo e forragem
(cereais) e gramíneas para alimentação de animais. Na Luisiana cultivam arroz
e tabaco.
Nas Antilhas cultivam tabaco,
cana-de-açúcar, algodão, em seguida café, cacau, anileira (para produção de
substância corante), servindo-se, como na Luisiana, do trabalho de escravos
africanos. O comércio de produtos coloniais era monopólio de portos franceses
do Atlântico (Ruão, Nantes,
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Ingleses
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Na América do Norte fundam
(1584) a primeira colônia que recebeu o nome de Virgínia em honra à rainha
Elisabete I, cognominada a Rainha-Virgem.
Um grupo de protestantes
ingleses, chamados puritanos, fugindo a perseguições religiosas em seu país,
emigram para o continente americano fundando Plymouth e a colônia de
Massachusetts. Sucedem-se vários grupos colonizadores, de católicos e de
protestantes, dando origem a novas colônias, as quais se agrupam em uma
confederação. Até meados do século XVIII a confederação englobava 13
colônias, controladas pela Coroa, mas com certa autonomia local. No século
XVIII, como ocorreu na Ásia, os ingleses entram em choque com os colonos
franceses e a França é obrigada a renunciar a suas pretensões na América do
Norte.
Na América Central tomam pé,
até o século XVIII, nas Antilhas ocupando Barbados, as Bahamas, as Bermudas,
Jamaica, Antígua e outras.
Na América do Sul
estabelecem-se no século XVIII nas Guianas.
Na América do Norte, nas
colônias setentrionais (New Hampshire, Massachusetts, Rhode Island,
Connecticut) desenvolvem, em pequenas propriedades, culturas várias (milho,
trigo, legumes, macieiras). Dedicam-se à criação de gado, à pesca, à extração
de madeiras, à produção de peixe salgado, carne-seca e rum. Nas colônias do
centro (Nova York, New Jersey, Pennsylvania, Delaware) desenvolvem, em
pequenas e grandes propriedades, o cultivo do trigo, a produção de farinhas,
a extração de madeiras, a construção de navios. Nesta região estabelecem-se
os comerciantes. Nas colônias do sul (Maryland, Virgínia. Carolina do Sul,
Carolina do Norte, Geórgia) domina a grande propriedade, em base de trabalho
escravo. Cultivam-se o tabaco, o arroz, mais tarde o algodão (séc. XVIII), e
cria-se gado.
Nas Antilhas, com o concurso da
mão-de-obra africana, desenvolvem as lavouras de cana-de-açúcar e mantêm
intenso comércio com a América espanhola e suas próprias colônias na América
do Norte.
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Holandeses
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Na América do Norte um grupo de
protestantes, fugindo a perseguições religiosas nos Países Baixos, funda
(1623) o núcleo de Nova Amsterdã (origem de Nova York), que perdem, logo
depois (1664), para os ingleses.
Na América Central
estabelecem-se nas Antilhas, na Ilha de Curaçao e em outras menores.
Na América do Sul, através da
Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, tentam estabelecer-se no nordeste
do Brasil, antes na Bahia (1624), depois em Pernambuco (1630), onde fundam a
colônia da Nova Holanda, de onde são expulsos em 1654. Os holandeses
conseguem fixar-se nas Guianas (séc. XVII).
A base da economia holandesa
era a cana-de-açúcar, cultura desenvolvida nas Antilhas.
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Espanhóis
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Na América do Norte, a partir
da conquista de Cortés no México, penetram no século XVI em vastas zonas do
sul e sudoeste dos atuais EUA (Califórnia, Novo México, Texas, Flórida),
formando o Vice-Reinado da Nova Espanha, com capital Cidade do México.
Na América Central ocupam (séc.
XVI) praticamente toda a área do continente, dominam nas Antilhas Cuba, Porto
Rico, Trinidad e Jamaica (esta última perdida para os ingleses no séc. XVII).
Na América do Sul, a partir da
conquista de Pizarro no Peru, ocupam todas as terras ao longo do Oceano
Pacífico (à exceção da Patagônia), formando o Vice-Reinado do Peru,
compreendendo territórios dos atuais Peru, Bolívia e Chile, com capital
A penetração do continente
americano foi estimulada pela busca e exploração de jazidas de ouro e de
prata. Já a partir do século XVI exploram em larga escala as minas de ouro do
México e as de prata de Potosí (na atual Bolívia). Na região dos pampas
argentinos introduzem o gado bovino e ovino (carneiros), desenvolvendo o
comércio de lã e de couro. Desenvolvem também a agricultura explorando
plantas nativas (tabaco, milho, mandioca, algodão) e outras provenientes da
Europa (limoeiro, laranjeira, vinha, trigo, cânhamo) ou do Oriente (amoreira,
cana-de-açúcar, cafeeiro).
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Portugueses
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Na América do Sul possuem
regiões do atual Brasil, com Salvador como capital. Até o fim do século XVIII
ultrapassam a linha de Tordesilhas, penetram e ocupam vastos territórios,
dando à colônia uma forma geográfica que correspondia aproximadamente à forma
do Brasil atual, transferindo a capital para o Rio de Janeiro.
A base da economia portuguesa
era essencialmente agrícola. De início a extração da madeira pau-brasil, em
seguida o plantio intensivo da cana-de-açúcar. Desenvolvem o cultivo de
plantas nativas (milho, mandioca, tabaco, algodão, cacau, baunilha, canela);
introduzem o arroz e o linho. Desenvolvem também, a partir do século XVI, a
criação de gado bovino e cavalar em várias regiões de sua colônia; iniciam o
comércio de couros. No século XVII descobrem e exploram jazidas de ouro (no
atual Estado de Minas Gerais) e de diamantes (nos atuais Estados de Goiás e de
Mato Grosso).
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HOLLANDA, Sérgio Buarque de (org.). História da Civilização. São Paulo: Nacional, 1974. p. 186-188.
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