Os grandes impérios da Antiguidade tiveram governos centralizados e grandemente influenciados pela religião. Saber e poder se articulavam para assegurar a manutenção do poder. Era importante o controle da escrita para a manutenção da estrutura de poder e a organização dos Estados, tanto que no Egito os faraós estavam muito próximos dos sacerdotes, cujos privilégios aumentaram à medida que o império egípcio se expandiu. O faraó egípcio governava com amplos poderes, cujos reflexos mais visíveis eram em relação aos camponeses, que, além de pagarem altos impostos, eram utilizados por ele como mão-de-obra na construção dos grandes monumentos. Proprietários de todas as terras existentes, os reis no Egito eram considerados deuses. A esse sistema de poder chamamos de teocracia.
Os privilegiados: Rahotep (funcionário) e sua esposa Nofret (princesa). Mastaba do casal próximo à pirâmide do faraó Senefru, em Meidum.
Com a invasão dos hicsos, povo de língua semítica da Ásia ocidental, houve mudanças na forma de os egípcios organizarem sua força militar. Os invasores ficaram no Egito de 1750 a 1580 a.C.; nesse mesmo período, chamado de Médio Império, os hebreus lá chegaram. Com a expulsão dos hicsos, o Egito passou a desenvolver uma política imperialista, expandindo seu poderio na região do Crescente Fértil e estendendo seus domínios do rio Eufrates às cataratas do Nilo.
Entre os povos da Mesopotâmia, a religião também desempenhava importante papel na vida cotidiana, embora não na mesma intensidade que no Egito. O poder, centralizado, era fortalecido pela presença de um exército com grande capacidade de combate, tanto para resistir às invasões estrangeiras como para invadir outros territórios.
Entre esses povos, os assírios ficaram conhecidos por suas estratégias militares e pela violência de seus exércitos, tendo conseguido construir um grande império. Eram guerreiros ferozes e impunham regime de terror aos inimigos vencidos.
Os persas formaram outra grande civilização da Antiguidade que ocupou a Mesopotâmia. Dominaram povos de costumes diversos, o que os forçou a montar esquemas de vigilância e controle administrativo capazes de facilitar a comunicação entre as várias regiões sob seu domínio. O vasto império deixado por Ciro, em 529 a.C., foi aumentado pelas conquistas de Dario, que o dividiu em províncias administrativas, as satrapias, e mandou construir um eficiente sistema de estradas para ligar as principais cidades: Susa, Sardes, Persépolis, Babilônia e Ecbatana.
As sociedades da Antiguidade oriental foram marcadas por grande desigualdade social e concentração de riqueza. O poder político era controlado por uma minoria, e a propriedade privada das terras constituía também uma fonte de poder.
Os trabalhadores: pintura mural de uma tumba retratando servos depenando aves. XVIIIª dinastia, século XV a.C.
Nessas civilizações, os povos vencidos nas guerras eram escravizados, e para eles não havia qualquer forma de privilégio. Os hebreus, por exemplo, sofreram muito com o domínio exercido por outros povos, já que em muitos períodos da sua História foram vencidos e explorados.
Outro aspecto a destacar foi a elaboração do primeiro código de leis escritas da História, criado na época do rei Hamurábi (1792-1750 a.C.), na Mesopotâmia. Defendendo a Lei de Talião - olho por olho, dente por dente -, o código, que teve uma grande difusão no Oriente antigo, revela muito da vida social e política da época, já que serve de registro das discriminações feitas contra os mais pobres, do interesse em preservar a família e a propriedade privada e da preocupação com a vida comercial. O código menciona três grandes grupos sociais: patrícios ou aristocratas; comerciantes ou cidadãos comuns; escravos e servos. A lei, portanto, referendava a desigualdade social e proporcionava privilégios aos participantes do governo.
REZENDE, Antonio Paulo; DIDIER, Maria Thereza. Rumos da história: história geral e do Brasil. São Paulo: Atual, 2005. p. 27-28.
òtimo resumo da Antiguidade Oriental.
ResponderExcluirParabéns! Me esclareceu bastante!
obrigadooo
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