Ilustração do manuscrito das Cantigas de Santa Maria, escritos em galego-português durante o reinado de Alfonso X, o sábio (1221-1284). Artista desconhecido.
Texto 1. Em suas propriedades os nobres dedicavam grande parte de seu tempo a divertimentos ao ar livre; organizavam torneios, combates violentos entre numerosos cavaleiros armados, destinados a mantê-los em forma para as frequentes expedições guerreiras; justas, concursos de habilidade e destreza entre poucos concorrentes e caçadas, uma das suas distrações preferidas. Modalidade de caça muito em voga na Idade Média foi a caça auxiliada por cães ou por falcões adestrados para a captura de aves. Nos jardins ou no interior do castelo realizavam-se leituras, danças, banquetes, jogos, espetáculos proporcionados por artistas ambulantes, saltimbancos e menestréis, que divertiam a corte com proezas e agilidades, músicas e cantos celebrando façanhas heróicas ou aventuras cavalheirescas em busca de amor e de glórias. HOLLANDA, Sérgio Buarque de. [Org.]. História da Civilização. São Paulo: Nacional, 1974. p. 135-6.
Texto 2. Os grandes senhores feudais eram [...] os homens mais ricos e poderosos de sua região e, com isso, cresceu o desejo de manifestar essa posição mediante o esplendor de suas cortes. [...] Na concorrência entre os governantes de territórios, elas se tornaram os locais para exibir o poder e a riqueza de seus senhores. Estes, por isso mesmo, reuniam escribas não só para finalidades administrativas mas também para redigir a crônica de suas façanhas e destino. [...] No contexto da sociedade secular, no caso daqueles que se haviam especializado na escrita [...] e tinham de viver disso, fossem ou não amanuenses, o patrocínio da corte constituía o único meio de sustento.
Artistas viajavam de um castelo para outro. Se alguns eram cantores, a maioria trabalhava simplesmente como palhaços ou bufões [...]. Nessa qualidade, eram encontrados também nos castelos dos cavaleiros mais simples e menos importantes. Mas só os visitavam de passagem, pois não havia alojamento, nem interesse, e, não raro, tampouco meios de alimentá-los e remunerá-los por um longo período. Tais condições só as poucas cortes maiores podiam fornecer. [...] Os senhores mais importantes, mais ricos - o que vale dizer, os de graduação mais alta -, podiam atrair os melhores artistas para suas cortes. ELIAS, Norbert. O processo civilizador: formação do Estado e civilização. v. 2. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993. p. 72-73.
Texto 3. [...] uns rezavam, outros combatiam e a maioria trabalhava.
Era uma sociedade bem agradável para a minoria [...], onde cavaleiros e damas viviam em castelos, distraindo-se em festas e refeições, em que os criados serviam comidas saborosas e constantemente enchiam os grandes copos de vinho de seus poderosos senhores. Por vezes, músicos e artistas tornavam o ambiente mais alegre e agradável.
Estes senhores possuíam extensas propriedades, frequentemente reunindo-se em torneios. Então, em meio à fanfarra dos tambores e aos toques dos clarins, os turbulentos cavaleiros enfrentavam-se em combates singulares, exibindo suas qualidades guerreiras para uma platéia, onde todos trajavam ricas vestimentas. Ainda que alguns caíssem feridos, com frequência mortalmente, era visível a alegria geral.
Por vezes, muitos saíam em loucas cavalgadas, acompanhados por suas matilhas de cães e dezenas de servidores, para caçar raposas e outros animais. Em meio à algazarra geral, não hesitavam em atropelar, com seus cavalos, quem cruzasse seu caminho, ou, por simples distração, conduzir seus corcéis pelos campos cultivados...
E o duro e estafante trabalho diário dos camponeses, que sustentavam a ociosidade divertida e alegre da minoria, acabava sendo parcialmente perdido.
E os campos cultivados, por aqueles que trabalhavam do nascer ao pôr-do-sol, viviam em pobres cabanas e se vestiam de roupas grosseiras, ainda estavam sujeitos a ser pilhados e incendiados quando ocorriam guerras entre os senhores feudais. AQUINO, Rubim Santos Leão de [et alli]; Fazendo a História: da Pré-História ao Mundo Feudal. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1989. p. 150.
Texto 2. Os grandes senhores feudais eram [...] os homens mais ricos e poderosos de sua região e, com isso, cresceu o desejo de manifestar essa posição mediante o esplendor de suas cortes. [...] Na concorrência entre os governantes de territórios, elas se tornaram os locais para exibir o poder e a riqueza de seus senhores. Estes, por isso mesmo, reuniam escribas não só para finalidades administrativas mas também para redigir a crônica de suas façanhas e destino. [...] No contexto da sociedade secular, no caso daqueles que se haviam especializado na escrita [...] e tinham de viver disso, fossem ou não amanuenses, o patrocínio da corte constituía o único meio de sustento.
Artistas viajavam de um castelo para outro. Se alguns eram cantores, a maioria trabalhava simplesmente como palhaços ou bufões [...]. Nessa qualidade, eram encontrados também nos castelos dos cavaleiros mais simples e menos importantes. Mas só os visitavam de passagem, pois não havia alojamento, nem interesse, e, não raro, tampouco meios de alimentá-los e remunerá-los por um longo período. Tais condições só as poucas cortes maiores podiam fornecer. [...] Os senhores mais importantes, mais ricos - o que vale dizer, os de graduação mais alta -, podiam atrair os melhores artistas para suas cortes. ELIAS, Norbert. O processo civilizador: formação do Estado e civilização. v. 2. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993. p. 72-73.
Texto 3. [...] uns rezavam, outros combatiam e a maioria trabalhava.
Era uma sociedade bem agradável para a minoria [...], onde cavaleiros e damas viviam em castelos, distraindo-se em festas e refeições, em que os criados serviam comidas saborosas e constantemente enchiam os grandes copos de vinho de seus poderosos senhores. Por vezes, músicos e artistas tornavam o ambiente mais alegre e agradável.
Estes senhores possuíam extensas propriedades, frequentemente reunindo-se em torneios. Então, em meio à fanfarra dos tambores e aos toques dos clarins, os turbulentos cavaleiros enfrentavam-se em combates singulares, exibindo suas qualidades guerreiras para uma platéia, onde todos trajavam ricas vestimentas. Ainda que alguns caíssem feridos, com frequência mortalmente, era visível a alegria geral.
Por vezes, muitos saíam em loucas cavalgadas, acompanhados por suas matilhas de cães e dezenas de servidores, para caçar raposas e outros animais. Em meio à algazarra geral, não hesitavam em atropelar, com seus cavalos, quem cruzasse seu caminho, ou, por simples distração, conduzir seus corcéis pelos campos cultivados...
E o duro e estafante trabalho diário dos camponeses, que sustentavam a ociosidade divertida e alegre da minoria, acabava sendo parcialmente perdido.
E os campos cultivados, por aqueles que trabalhavam do nascer ao pôr-do-sol, viviam em pobres cabanas e se vestiam de roupas grosseiras, ainda estavam sujeitos a ser pilhados e incendiados quando ocorriam guerras entre os senhores feudais. AQUINO, Rubim Santos Leão de [et alli]; Fazendo a História: da Pré-História ao Mundo Feudal. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1989. p. 150.
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