"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

sábado, 24 de outubro de 2015

Teseu Θησεύς

Θησεύς

Teseu mata o Minotauro. Casa de Gavius Rufus, Pompeia.

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Androgeu, filho de Minos, de Creta, tendo ido a Atenas para assistir às Panatenéias [jogos de caráter sagrado], tomou parte nos combates, e com tanta galhardia se houve que arrebatou todos os prêmios. Os moços de Atenas, ressentidos, mataram-no.

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Por esse assassinato, Minos armou poderosa expedição, sitiou Atenas e Mégara, apoderou-se das duas cidades e impôs--lhes um tributo pagável cada nove anos, constituído de sete moços e sete moças, que seriam lançados ao monstro Minotauro. O tributo já fora pago três vezes quando Teseu, ao se aproximar o prazo para a nova entrega de jovens, se ofereceu para seguir como um deles.

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Egeu [pai de Teseu e rei de Atenas, embora o mito fale que o verdadeiro pai de Teseu é Posidon, deus dos mares] dera-lhe dois jogos de velas, um preto e outro branco, recomendando-lhe que se voltasse vitorioso, mandasse hastear as velas brancas; se o navio voltasse com velas negras, era sinal de que os jovens enviados tinham morrido. Chegados a Creta, Teseu e seus companheiros foram encerrados no Labirinto, morada do Minotauro, complicada edificação construída por Dédalo, com tantas voltas e corredores, e retorcidos caminhos que quem ali entrasse não atinaria com a saída. No entanto, quando chegaram, Ariadne, uma das filhas de Minos, enamorou-se perdidamente do belo Teseu. Para que encontrasse o caminho de volta, deu-lhe um novelo de fio, que ele deveria amarrar, na entrada, e ir desenrolando. Ariadne pôs uma condição para o seu auxílio. Que ele a desposasse e que a levasse consigo para Atenas. Teseu empenhou-se em luta com o Minotauro, matando-o a punhaladas, e saiu do Labirinto levando os companheiros.

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Com todas as peripécias da viagem, Teseu esqueceu de mandar trocar por velas brancas as pesadas velas negras do navio. Egeu, que, de longe, sobre um promontório, avistara a embarcação de velas escuras, acreditando morto o filho bem-amado, atirou-se ao mar, que desde então passou a se chamar Egeu.

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Teseu, pela morte do pai, subiu ao trono. Seu priemiro ato foi realizar o sinecismo, isto é, reunir numa cidade única os cidadãos disseminados pela região. Atenas foi a capital do Estado constituído. [...] adotou [Teseu] o uso da moeda, dividiu a sociedade em três classes: a dos nobres, a dos artesãos e a dos agricultores. [...]

GUIMARÃES, Ruth. Dicionário da mitologia grega. São Paulo: Cultrix, 1995. p. 289-294.

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