A era clássica assistiu a grandes
mudanças da sociedade humana. No mundo inteiro, a população cresceu, a produção
de alimentos se intensificou e os Estados ficaram ainda mais complexos, com estruturas
sociais e políticas cada vez mais sofisticadas. Desenvolveram-se talentos
especializados nas artes e no artesanato, na arquitetura e na poesia;
forçaram-se os limites do conhecimento na astronomia, na matemática e na
engenharia. Nas civilizações mais desenvolvidas, houve avanços tecnológicos
importantíssimos. Descobriram-se o ferro fundido e o aço; o poder do vento e da
água foi utilizado; a equitação e a arte da guerra foram revolucionadas com a
invenção do estribo por volta de 300
a .C. A chegada do leme e da bússola transformou as
viagens marítimas.
- Metalurgia. Na era clássica, o
ferro se tornou cada vez mais disseminado como matéria-prima de ferramentas e
armas afiadas e resistentes. Por volta de 500 a .C., os chineses aprenderam a produzir
ferro fundido acrescentando carbono ao metal quando ainda derretido. Com o
baixo ponto de fusão, a facilidade de ser moldado e a resistência ao desgaste,
o ferro fundido era excelente para fazer armas e estatuetas. No século III
a.C., os indianos misturaram ferro, carvão e vidro para criar um metal muito
mais duro e forte: o aço.
- Tecnologia energética. No mundo
antigo, a maior parte da energia era fornecida por animais ou seres humanos. Na
era clássica, os gregos encontraram meios de amplificar a energia disponível
com alavancas e sistemas de roldanas. Entretanto, os métodos de tração animal
na verdade pouco mudaram além do desenvolvimento de arreios mais eficazes para
bois e burros e rodas que giravam mais suavemente.
Aos poucos, as civilizações
descobriram meios de usar a força do vento e da água para mover as suas máquinas.
Embora as velas fossem usadas para deslocar barcos e navios desde o quarto milênio
a.C., houve avanços importantes no início da era clássica. Por volta de 500 a .C., os gregos e os fenícios
começaram a construir navios com dois mastros: um mastro central com vela
redonda e um mastro menor com vela triangular. Isso permitiu a construção de
navios muito maiores que podiam levar cargas muito mais pesadas.
No século I a.C., inventaram-se
na China, na Índia e no Império Romano as primeiras rodas d’água para
aproveitar a energia gerada pela água ao cair de certa altura ou se deslocar
rio abaixo. No final do século I, na Síria, as rodas d’água foram equipadas com
tubos ou baldes para criar meios de irrigação. O eixo giratório da roda d’água
também podia mover outras máquinas, geralmente moinhos para transformar cereais
e outros grãos em farinha. No entanto, os primeiros moinhos de vento só foram
construídos por volta de 650 d.C.
- Transporte. Nas viagens
marítimas, surgiram duas inovações importantíssimas na era clássica. Entre 300
e 100 a .C.,
os chineses inventaram o leme e tornaram a navegação muito mais fácil. Depois,
no século I d.C., inventou-se a bússola, também na China. Descobriu-se que uma
agulha de ferro imantada que flutuasse na água sobre uma lasca de madeira
apontava a linha Norte-Sul. A bússola tornou-se inestimável para os navegantes.
Uma estrada romana em Pompeia.
Foto: Paul Vlaar
Em termos de viagem terrestre, os
melhores construtores de estradas do mundo clássico foram os romanos. Eles
inventaram uma ferramenta especial de topografia, chamada groma, para construir as estradas mais retas que fosse possível. As
estradas romanas tinham três camadas, com profundidade de cerca de um metro:
sobre uma base de areia e argamassa, dispunham-se filas de pedras planas e,
superfície, uma mistura de cal e cascalho. Em razão das excelentes estradas, os
romanos puderam desenvolver vários veículos com rodas para percorrer grandes
distâncias de forma rápida e confortável. Deles, um dos maiores era o clabularium. Puxado por oito bois, podia
transportar cargas de até meia tonelada.
WOOLF, Alex. Uma Nova História do Mundo. São Paulo: M.Books do Brasil, 2014. p. 98-99.
NOTA: O texto "Avanços da tecnologia no Mundo Clássico (500 a.C. - 600 d.C.)" não representa,
necessariamente, o pensamento deste blog. Foi publicado com o objetivo de
refletirmos sobre a construção do conhecimento histórico.
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