"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Redescoberta da antiga Mesopotâmia

Até o século XIX, o conhecimento da história das sociedades antigas era dado pelos textos greco-romanos. Entretanto, com a conquista político-militar e a exploração econômica realizadas pelo imperialismo do século XIX, os europeus despertaram seu interesse pela região.

Para a redescoberta da antiga Mesopotâmia, as referências bíblicas foram as principais pistas e despertaram grande curiosidade. As primeiras pesquisas foram promovidas por funcionários da Companhia das Índias, importante companhia de comércio do Império Britânico.

Da combinação do interesse científico com a exploração econômica da Ásia Ocidental resultou a assiriologia, nome pelo qual se tornou conhecido o campo de estudo de história antiga dedicado à imensa área que se caracterizou pelo uso dos diferentes tipos de escrita cuneiforme.

Os primeiros resultados arqueológicos positivos foram obtidos em 1812, com a descoberta de Nínive, antiga capital do Império Assírio. Sucederam-se, então, a descoberta da Mesopotâmia, de monumentos e construções da antiga Nínive e da biblioteca particular do rei assírio Assurbanípal (669-631 a.C.), com um acervo de 30 mil tabuinhas de argila com inscrições, que foi desenterrada em 1854.


A escrita cuneiforme é assim chamada porque se usavam cunhas para imprimir sinais em placas ou cilindros de argila que, depois, eram postas para secar. Placa com inscrição sobre cerveja, British Museum, Londres, Inglaterra.


Era preciso entender o que se descobria nas escavações, e para isso era necessário decifrar a escrita cuneiforme. Essa tarefa acelerou-se quando foram encontradas, nas escavações de Kuiundjek (localidade próxima da antiga Nínive), cem tabuinhas, que constituíam um verdadeiro "dicionário", com uma lista de sinais isolados e seus correspondentes significados em escrita alfabética. Para completar, descobriu-se depois uma espécie de "enciclopédia" que continha, em três fileiras, lado a lado, os desenhos de objetos de uso cotidiano e os termos sumerianos e semítico para designá-los. Com esse material o trabalho de decifração avançou, em toda a Europa, de modo que, em 1867, foi publicada a primeira gramática elementar da língua assíria.

NEVES, Joana. História Geral - A construção de um mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 67.

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