O poema “O fardo do Homem Branco”, do escritor britânico Rudyard Kipling, publicado originalmente em 1899, é um exemplo da política imperialista britânica
travestida de “missão civilizadora”, mascarando os reais interesses econômico-financeiros
e político-sociais. O Imperialismo é uma dualidade luz/sombra,
civilizados/selvagens...
Esta
propaganda de sabão usa o tema do "Fardo do Homem Branco" para
encorajar pessoas brancas a ensinar noções de higiene a membros de outras raças.
(1890)
Tomai o fardo do Homem Branco –
Envia teus melhores filhos.
Vão, condenem seus filhos ao exílio
Para servirem aos seus cativos;
Para esperar, com arreios
Com agitadores e selváticos
Seus cativos, servos obstinados,
Metade demônio, metade criança.
Tomai o fardo do Homem Branco –
Continua pacientemente
Encubra-se o terror ameaçador
E veja o espetáculo do orgulho;
Pela fala suave e simples
Explicando centenas de vezes
Procura outro lucro
E outro ganho de trabalho.
Tomai o fardo do Homem Branco –
As guerras selvagens pela paz –
Encha a boca dos Famintos,
E proclama, das doenças, o cessar;
E quando seu objetivo estiver
perto
(O fim que todos procuram)
Olha a indolência e loucura pagã
Levando sua esperança ao chão.
Tomai o fardo do Homem Branco –
Sem a mão de ferro dos reis,
Mas, sim, servir e limpar –
A história dos comuns.
As portas que não deves entrar
As estradas que não deves passar
Vá, construa-as com a sua vida
E marque-as com a sua morte.
E colha sua antiga recompensa –
A culpa de que farias melhor
O ódio daqueles que você guarda
O grito dos reféns que você ouve
(Ah, devagar!) em direção à luz:
“Porque nos trouxeste da servidão
Nossa amada noite no Egito?”
Tomai o fardo do Homem Branco –
Vós, não tenteis impedir –
Não clamem alto pela Liberdade
Para esconderem sua fadiga
Porque tudo que desejem ou
sussurrem,
Porque serão levados ou farão,
Os povos silenciosos e calados
Seu Deus e tu, medirão.
Tomai o fardo do Homem Branco!
Acabaram-se seus dias de criança
O louro suave e ofertado
O louvor fácil e glorioso
Venha agora, procura sua
virilidade
Através de todos os anos ingratos,
Frios, afiados com a sabedoria
amada
O julgamento de sua nobreza.
Rudyard Kipling (1865-1936)
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