A pintura de gênero também ganhou
respeito na primeira metade do século XIX. Não mais situadas no degrau inferior
da pintura, essas cenas de pessoas comuns engajadas em atividades diárias eram
enormemente populares.
O primeiro pintor importante do
oeste foi George Caleb Bingham (1811-79), conhecido por suas cenas da vida na
fronteira. Criticado no leste pelos temas rústicos, como barqueiros do rio
jogando cartas, pescando e mascando fumo, ele se via como um historiador social
imortalizando a vida dos pioneiros.
Comerciantes de pele descendo o
Missouri, Bingham. Nessa pintura “de gênero” clássica, Bingham romantiza a
colonização do oeste selvagem.
Diferentemente de muitos outros
artistas que tomaram a natureza como tema, Bingham fazia parte da vida que
retratava. Passou a infância numa fazenda rústica em Missouri e foi aprendiz de
marceneiro antes de tentar pintar tabuletas. Aprendeu sozinho a pintar, com um
manual faça-você-mesmo e pigmentos feitos em casa, depois desceu os rios Missouri
e Mississipi pintando retratos. Bingham foi logo aclamado por celebrar a marcha
para o oeste e a vida na fronteira. Para Bingham, o lugar-comum era grandioso e
os barqueiros dançando eram tão nobres quanto os antigos heróis em batalhas.
STRICKLAND, Carol. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno.
Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. p. 82.
NOTA: O texto "Bingham: filho dos pioneiros" não representa,
necessariamente, o pensamento deste blog. Foi publicado com o objetivo de
refletirmos sobre a construção do conhecimento histórico.
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